segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Sobre meteoros e tensões

Esta semana, um meteoro de uns 20m de diâmetro passou raspando a Terra. E o que é mais grave, foi detectado depois da aproximação máxima. Se uma pedra deste tamanho cai sobre uma cidade, o efeito seria a de uma detonação nuclear. Agora, imagine um meteoro desses caindo sobre um país como Israel, que vive em constante tensão com os seus vizinhos, particularmente o Irã. Muito provavelmente, os militares israelenses pensariam em ataque nuclear, e, por mais que o Irã negasse, Israel retaliaria com ataques possivelmente nucleares. Quando a verdadeira causa da explosão fosse descoberta, o mal já estaria feito. O mundo entraria numa crise sem precedentes, com consequências gravíssimas. Se uma arma atômica for usada novamente em uma guerra, uma barreira psicológica será rompida. Quem tem armas desse tipo terá menos escrúpulos em utilizá-las. Um país como a Coréia do Norte pode se sentir tentado a usar este tipo de armamento contra a Coréia do Sul. Índia e Paquistão poderiam também se sentir à vontade para usar seu poderoso arsenal nuclear um contra o outro. Até mesmo EUA, Rússia, França e Inglaterra e China talvez não tivessem mais motivos para restringir tanto o uso desse tipo de armamento. Seria um mundo caótico e dominado pelo medo, com a economia arrasada, com as relações entre países totalmente estremecidas. Tudo isso por causa de um erro de julgamento causado pela tensão de esperar um ataque.
Pode não parecer, mas os países ao redor do mundo vivem em um estado de tensão muito maior do que se imagina. Qualquer evento internacional é cercado de extrema segurança. Nós, brasileiros, passaremos a sentir um pouco dessa tensão internacional na Copa de 2014, e principalmente nas Olimpíadas de 2016. E basta um fenômeno da natureza na hora e local errados, um erro de julgamento,  para que entremos num terrível cenário de crise.
Nosso modo de vida é um castelo de cartas no qual, a cada dia, se poem mais cartas. A cada dia a estabilidade do sistema diminui. A cada dia a paz se torna mais difícil. A cada dia as disputas entre países se tornam maiores, por causas menores. Vide China e Japão disputando ilhotas insignificantes.
Portanto, devemos nos manter informados sobre tudo o que nos cerca. E observar o mundo de uma maneira realista. A tensão está no ar.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Mantenha-se informado

Nós, sobrevivencialistas, devemos nos informar à respeito de tudo que pode desencadear um cenário de crise. Ler bastante, desde temas relacionados ao funcionamento de usinas nucleares, até biologia, passando por informações sobre tensões militares no planeta e panorama econômico mundial, é fundametal. Um colapso financeiro global também é um cenário de crise, que pode ser desencadeado por guerras ou imprudência administrativa. A crise de 1929 foi terrível para o mundo inteiro, com milhões morrendo de fome. Nossas preparações devem levar isto em conta também.
Um dos requisitos para a sobrevivência é perceber antes dos outros a chegada de momentos difíceis. Daí a importância de nos manter sempre à par de tudo o que acontece no mundo. Hoje mesmo li uma notícia sobre o falecimento de uma mulher na China, que foi causado por uma nova cepa do vírus da gripe aviária, H8N10. Fui logo atrás de informação sobre isto e pelo o que os cientistas dizem, essa cepa em particular não tem grande poder de contágio. Mas continuarei a monitorar o caso.
Dedique parte do seu dia para ver as notícias, para olhar sites de monitoramento (Painel Global por exemplo).  Discuta o que você vê entre seus amigos ou familiares que pensam da mesma forma que você. Se algo acontece e que te chame a atenção, procure a opinião dos especialistas na área. Aprenda a pelo menos ler em inglês, pois muito dos melhores materiais sobre qualquer área do conhecimento estão nessa língua. Entre em comunidades sobrevivencialistas nas redes sociais. Nelas, você encontrará discussões valiosíssimas sobre o tema.
Se você não se mantém informado, as suas preparações podem não servir de nada. Pois, como já disse, a diferença entre sobreviver ou não é perceber antes dos outros algo que poderá desencadear uma crise. Pode até parecer um pouco de paranoia. Mas é melhor se manter atento do que ser pego de surpresa com a guarda baixa.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Sobrevivência e carros.

Em muitos filmes e séries pós-apocalípticos vemos carros, motos, caminhões, helicópteros e outros em funcionamento. Vou citar uma série em particular, The Walking Dead em que isso acontece com frequência. Em várias situações, após dois ou três anos do apocalipse zumbi, vemos os personagens encontrando carros, consertando-os e religando-os como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Vemos também, que eles viajam grandes distâncias, tanto em fugas como atrás de mantimentos.Combustível não parece ser problema. Sempre o carro, ou está com o tanque cheio, ou eles sempre conseguem gasolina num posto abandonado, sem falar que eles sempre carregam galões cheios. Mas, voltando ao mundo real, você acha essa situação verossímil? O que acontece com um carro quando ele fica algum tempo sem funcionar e exposto aos elementos?
Bom, se você deixa um carro abandonado ao relento por 1 ano, sem nenhuma manutenção, acontece o seguinte:

Os pneus esvaziam-se e se deformam.
As borrachas de vedação em diversos pontos do carro se estragam e a umidade penetra no habitáculo e em vários outros locais, como nas lampadas e faróis.
A bateria descarrega-se.
A lona de freio de mão cola no disco ou tambor de freio.
O combustível do tanque estraga, pois, com o tempo, as porções mais leves evaporam e as mais pesadas ficam mais viscosas, formando uma borra.
O óleo lubrificante escorre para as partes mais baixas do motor, se tornando mais espesso.

Esses seriam os problemas principais. Dependendo do modelo e da quilometragem, talvez existam muitos outros. Então, para voltar a funcionar, um carro precisaria de peças de reposição e muito tempo numa oficina. Agora, imagine num possível cenário de crise. Aonde você conseguiria as peças novas? E o combustível novo? Sim, porque o combustível estocado nos postos ou por você mesmo em casa também estragaria. E a mão de obra? Mesmo os carros mais simples hoje em dia exigem mão de obra qualificada. Seria difícil até encontrar pessoas dispostas a empurrar o carro para uma oficina, mesmo se esta estivesse a poucos metros de distância.
Nos filmes e séries, os carros se mantém em movimento por uma questão de enredo, para tornar a história mais ágil e interessante. Mas se uma crise muito grave ocorrer, e se ela for longa, os carros, caminhões, aviões, helicópteros e todos os outros meios de transporte movidos à combustíveis fósseis pararão. A únicas maneiras de se deslocar seriam com animais, com bicicletas e outros veículos movidos à tração humana ou a pé. Maneiras estas bastante lentas e inseguras.
Portanto prepare-se de tal maneira que, se for necessário, você possa ficar muito tempo no seu refúgio. Lembre-se que o carro é um produto de nossa sociedade e precisa de uma cadeia produtiva gigantesca para a reposição de peças e produção de combustíveis derivados de petróleo ou cana-de-açucar. Se uma possível crise quebrar a cadeia produtiva, ela quebrará seu carro, seja por falta de peças e mão de obra, seja por falta de combustível.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Mais uma lição sertaneja para os sobrevivencialistas

Dizem que o sertanejo é antes de tudo, um forte. E, uma das razões para essa força, deve ser a rapadura.
Originada nas Ilhas Canárias, a rapadura foi o método encontrado para tornar o açucar mais resistente às mudanças de temperatura. Por não possuir nenhum aditivo químico, a rapadura é um excelente suplemento alimentar.
A rapadura possui muitos nutrientes importantes para a sobrevivência, tais como carboidratos, proteínas, cálcio, manganês, magnésio, fósforo, ferro, potássio,zinco sódio, e algumas vitaminas. Cada 100g de rapadura tem 352kcal, ou seja, 18% do que uma pessoa normal precisa diariamente.
Muitas famílias no sertão nordestino castigado pela seca conseguem se manter comendo apenas rapadura e farinha nos períodos mais críticos. A rapadura também é utilizada na merenda de várias escolas nordestinas por comprovadamente ser muito benéfica para crianças.
A rapadura é um excelente produto para fazer parte de preparações. Seu prazo de duração supera 12 meses e não exige grandes cuidados com a sua conservação. Ela pode substituir, com muitas vantagens, o açucar. Sem falar que, em cenários de crise, produtos como açuçar e sal podem se tornar importantes moedas de troca.
Mais um motivo para colocar alguns tabletes de rapadura nos seus mantimentos.



segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Uma sertaneja sobrevivencialista

Neste final de semana ouvi uma história bastante interessante.
Uma amiga minha estava falando sobre a avó, que viveu no sertão nordestino durante mais de 40 anos, e nunca passou fome, mesmo sendo uma mulher com poucos recursos. A pergunta é: Como ela conseguiu sobreviver sem se preocupar com a alimentação da família, enquanto os vizinhos, ou passavam fome, ou iam embora?
Ela tinha uma filosofia sobrevivencialista. Esta senhora conhecia a região muito bem e prestava atenção nos sinais que a natureza dava. Para começar, ela construiu em sua propriedade cisternas para recolher a água das chuvas. Enquanto os vizinhos insistiam em criar vacas, ela resolveu criar cabras, por exigirem muito menos alimento, e por serem muito mais adaptadas ao semi-árido. As cabras forneciam carne, queijo e leite, sendo esses dois últimos, responsáveis também pelos recursos financeiros que ela conseguia durante a seca. Ela estocava os grãos das colheitas, tanto para consumo como para garantir a plantação na época das chuvas.
Preparação. Esta é a chave. Por conta do meio inóspito que é o semi-árido, ficar preparado, é a chave da sobrevivência. Para o sertanejo, a crise é tão duradoura quanto a seca. E, os poucos momentos de fartura só servem para quem tem essa filosofia sobrevivencialista se preparar para a próxima seca.  Muitos sertanejos não resistem e vão embora para as cidades, por não se prepararem adequadamente, por achar que a fartura dessa vez vai durar. E quando a seca volta, os pega de surpresa.
Nós, habitantes da cidade, não temos ideia do que é viver nessas condições. Só devemos estar cientes de que, quando a crise vier, devemos estar preparados. Porque, ao contrário de muitos sertanejos, não teremos para onde fugir.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Discrição é fundamental.

Nas referências sobrevivencialistas, um dos pontos mais importantes é ser discreto. Na minha opinião, algumas medidas devem ser tomadas.

  1. Eu sou sobrevivencialista, mas poucos sabem disso. Não falo aos quatro ventos que estoco comida em casa, que tenho um BOL. Nas redes sociais, só quem é meu amigo sabe que participo de grupos sobrevivencialistas, e as minhas postagens sobre o tema são feitas nos grupos fechados relacionados ao assunto.
  2. Minha casa é simples, não chama muita atenção. Mantenho-a em excelentes condições, mas não a decoro muito. Quem a olha acha (com toda a razão) que lá mora uma família sem muita grana.
  3. Meu carro também é simples. É um modelo popular, com alguns anos de uso, que nem som tem. Mas tem sistema de alarme, que é fundamental para os dias de hoje. Escolhi a cor branca porque termicamente é confortável, e muitas vezes é confundido com carro de frota, menos visados por ladrões. A manutenção está em dia e o tanque é mantido cheio.
  4. Me visto de maneira simples. Calças e camisas compradas nas redes populares de lojas. Tênis e sapatos são em cores neutras. Nada de verde limão, laranja ou vermelho.
  5. O refúgio é tão simples quanto a casa. É tão bem guardado e autossuficiente quanto possível.
  6. Nossos equipamentos eletrônicos portáteis, como os celulares, são modelos simples, sem grandes requintes. Não gostamos e não precisamos de smartphones. Porque ficar navegando na internet numa telinha de poucas polegadas se você tem seu computador em casa? Será que passar alguns minutos sem internet vão te matar?
  7. Nossos métodos de defesa são muito discretos, mas ao meu ver, suficientes para desencorajar investidas às nossas propriedades hoje.

Eu e minha família adotamos um estilo de vida simples, parte porque somos pessoas simples, parte porque o mundo de hoje parece ser uma preparação para possíveis cenários de crise. Hoje em dia, chamar a atenção pode ser fatal. São inúmeros os casos de assaltos, roubos, sequestros-relâmpago e até assassinatos por causa de carrões, roupas caras ou Iphones.
Na minha concepção, num cenário de crise, as pessoas mais visadas serão aquelas que gostam de chamar a atenção. No desespero, muitos vão achar que, por você ostentar, você vai ter recursos necessários à sobrevivência.

Esta é a minha visão de mundo. Não quero dizer com isso que, se você acha necessário, se você se sente bem, você não deva ter um smartphone, ou um carro novo, ou um tênis com cores berrantes. Mas, saiba que há um preço a pagar por isso. Nos dias de hoje, embora não estejamos em guerra, estamos num estado em que temos que nos manter camuflados. Chamar a atenção pode ser muito perigoso.