quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O que podemos esperar para 2016?

Termino 2015 realmente assustado!

Vejam alguns fatos estarrecedores que tivemos este ano, e particularmente nos últimos meses:

Zika virus e suas doenças, microcefalia e síndrome de Guillain-Barré.
Comportamentos extremamente anormais do clima, como temperaturas de verão em pleno inverno no Polo Norte e em diversas cidades no Hemisfério Norte, como Estocolmo e Nova York, bem como secas e chuvas jamais vistas no que diz respeito ao seu grau de intensidade,
A iminente desaceleração econômica da China, cujos primeiros efeitos já começamos a sentir.
A total falência do Estado Brasileiro. A crise nacional da saúde, com extremos no estado do Rio de Janeiro, de educação, com o sucateamento de diversas universidades públicas, atrasos e cancelamento de bolsas de estudo e de diversos programas educacionais, como o PRONATEC, de segurança, com o absurdo aumento da criminalidade, até mesmo nas cidades menores e nas zonas rurais e de infra-estrutura, com a paralisação ou redução no ritmo de centenas de obras, como por exemplo a transposição do Rio São Francisco.
A imensa crise de refugiados na Europa.
A ascensão do Estado Islâmico, mesmo com os constantes ataques aéreos às suas instalações.
O começo de uma nova corrida armamentista, agora entre EUA e Rússia, pelo menos no campo das armas convencionais.
A crise hídrica que, embora tenha sido amenizada nos estados do Sudeste, por causa da imensa quantidade de chuvas, continua particularmente grave no Nordeste.

O que é perturbador é que todas essas mudanças parecem ter vindo para ficar. Não há soluções fáceis ou rápidas para os problemas descritos acima. A tendência é que em 2016 possa até haver um agravamento e algumas dessas situações. Claro que temos que torcer para que pelo menos algumas delas sejam amenizadas. Mas é bom não contar muito com isso.
Portanto, 2016, tanto pelo cenário regional como pelo mundial, exigirá de todo sobrevivencialista manter a guarda alta e a atenção redobrada. Eu não acredito que venhamos a sofrer um colapso global rápido, como o causado por fenômenos como tempestades solares (pelo menos o Sol está entrando em um período de calmaria). Mas podemos sofrer com degradações no cenário econômico, por exemplo.
Outra questão pertinente é que temos que procurar otimizar nossas preparações com itens realmente necessários. Às vezes, determinados itens se tornam objetos de desejo. Mochilas ou botas especiais tem a sua utilidade, mas, muitas vezes, o seu preço faz com que elas tenham péssimo custo/benefício. Um item de valor intermediário vai resolver o seu problema, embora não seja tão vistoso quanto os mais caros.
Enfim, apesar dos pesares, desejo a todos um 2016 repleto de realizações, e que o ano vindouro não seja tão dramático quanto aparenta. Como pessoa, gostaria que todos os problemas mais urgentes começassem a ser resolvidos. Gostaria que chovesse à cântaros no Nordeste, que o clima se estabilizasse, que o governo encontrasse uma solução para a crise financeira, saúde, educação, segurança, entre outros. Mas como sobrevivencialista, sei que isto soa como utopia.. Mas não custa sonhar com o melhor!

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Barcos

Na maioria absoluta da literatura sobrevivencialista, quando se pensa em refúgio, em BOL, o que vem à mente é uma casa reforçada, ou um bunker, ou uma propriedade afastada dos grandes centros. Mas, existem uma outras alternativas quase que ignoradas, pelo menos aqui no Brasil: Os barcos.
Uma das vantagens de se ter um barco (que teria que ter um tamanho razoável, claro) é que ele poderia ser, ao mesmo tempo seu BOL e seu BOV, permitindo que você levasse suas preparações e as pessoas que fazem parte de seu núcleo para outros locais menos perigosos, em cenários de crise. Seria possível também não ficar tão vulnerável às intempéries, pois, se fosse detectada com certa antecedência, possibilitaria a fuga para áreas mais calmas. Uma outra vantagem é que, pelo menos em alguns tipos de barco, não seria necessário o uso de motores durante todo o tempo para o deslocamento, pois poderiam usar a força dos ventos, através de velas, e desta maneira, economizaria combustível, E, além disso, seria possível obter reforço alimentar através da pesca.
A principal desvantagem é que a maioria dos preparadores não teriam recursos financeiros para comprar e manter um barco, além de fazer toda uma preparação nele. Outra desvantagem é que obviamente tal método só poderia ser usado em áreas costeiras ou próximas a grandes cursos d'água.
Além disso, seria mais difícil esconder um barco. Ele poderia se tornar alvo de ataques de outros barcos, como já acontece em algumas regiões do mundo, em que piratas atacam até navios de grande porte.
Mas, apesar de suas desvantagens, este é um meio que merece uma abordagem mais aprofundada, o que pretendo fazer em algum dos próximos posts.
Quem quiser contribuir com a discussão, se sinta à vontade para deixar comentários.



sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Roteiro de Filme Catástrofe?

Ontem vi a minha primeira tempestade de areia. Mas não estava no deserto, e sim no sertão pernambucano, Moradores da região me garantiram que jamais haviam visto tal coisa. Depois de meses sem chover, ventos muito fortes levantaram uma grande nuvem de poeira. Parecia, embora em muito menor proporção, com aquelas tempestades de areia que assolaram parte dos Estados Unidos nos anos 30. Enquanto isso, no Hemisfério Norte, chama a atenção as temperaturas recordes para o inverno. Em Nova York, 22 graus, quando deveria estar fazendo 6. Em Estocolmo, seus cidadãos terão um Natal sem neve, que é algo muito raro. Voltando ao Brasil, chuvas com granizo no interior do Ceará, chuvas sem fim no Sul...
A todo instante, vemos as notícias meteorológicas nos telejornais, muitas vezes acompanhada da frase "tal fenômeno nunca tinha sido registrado em tal lugar" ou "as maiores chuvas, ou secas, ou tornados, ou outros, já registrados em 75, 100, 125 anos"...
Diante de tudo isso, percebemos que, independente do que os cientistas digam (há correntes que defendem que há aquecimento global, enquanto outras são  céticas em relação à isto), o clima está mudando, está ficando mais extremo. O que acontecerá nos próximos meses ou anos?
Os sobrevivencialistas devem, na minha humilde opinião, ficar mais atentos aos fenômenos climáticos. Devemos aumentar o ritmo de nossas preparações. Pois, parece que estamos seguindo um roteiro daqueles filmes catástrofe hollywoodianos. Uma série de fenômenos anormais são o prenúncio de que uma mudança muito drástica pode está á caminho. Será que podemos extrapolar isso para a nossa realidade?
A verdade é que o homem pouco sabe sobre o clima, e menos ainda a sua real influência nos padrões climáticos. Alguns cientistas defendem a "teoria do filme catástrofe". Eles alegam que o clima do planeta é um sistema marginalmente estável. Isto significa que pequenas modificações (como as causadas pelo aumento dos gases do efeito estufa oriundo das nossas atividades) podem desestabilizar o clima de forma muito intensa, e que estamos realmente muito perto de um ponto crítico.
Eu particularmente acredito que esta teoria soa um tanto exagerada. Porém acredito que as alterações locais já são suficientes para provocar crises localizadas. E para quem está no meio de uma SHTF, não importa se ela é local ou global.
Volto a dizer, portanto, que devemos aumentar o ritmo de nossas preparações, e que devemos procurar alternativas, como BOLs. Claro que a maioria de nós não teria como arcar com os custos de manter dois ou mais lugares preparados para emergências. Mas, devemos ao menos pensar em rotas de fuga para eventos dessa natureza.
Fiquemos de olho, jamais baixemos a guarda...

E Feliz Natal!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Sobre comunicações e fragilidade

Uma ação judicial bloqueou o popular aplicativo de troca de mensagens WhatsApp por 48 horas em todo o território nacional. Este é um fato bastante preocupante.
Em primeiro lugar, preocupa o fato de que uma juíza, em um determinado município brasileiro possa tomar uma decisão que afeta mais de 100 milhões de pessoas. Considerações à parte sobre vício digital, muitos usam este aplicativo para realizar diversas tarefas relativas ao seus trabalhos. Muitos terão que procurar outras formas de contactar seus clientes e fechar seus negócios, o que vai gerar prejuízos consideráveis num país que já está em crise financeira. Não se sabe nem o real motivo de tal decisão. Tanto poder concentrado nas mãos de uma única pessoa é um convite para tomar ações que podem ser consideradas ditatoriais e contra o interesse público.
Agora, imagine o que um governo que pode se ver sem saída pode vir à fazer. Não sei se há impedimentos técnicos, mas, teoricamente, parece não haver nada que possa impedir uma medida judicial que interrompa o funcionamento de todas as linhas de telefonia celular de uma cidade, estado ou do país. O mesmo deve valer para internet.
O que quero dizer com isso é que uma pessoa pode, através de uma simples medida judicial, trazer o caos. Esta situação revela um tipo até então insuspeito de perigo. O perigo de que algumas de nossas principais formas de comunicação possam ser interrompidas não por fenômenos da natureza ou ataques terroristas, mas simplesmente por uma canetada. Eu particularmente duvido que, quem toma uma decisão dessa natureza, está interessado no bem-estar da população.
Esta parece ser mais uma prova de que, quanto mais desenvolvida uma tecnologia, mais frágil ela se torna. Mais um motivo para todo sobrevivencialista investir em formas de comunicação que não dependam do sistema para funcionar. Talvez a melhor opção para uma comunicação desta natureza seja o rádio. Existem diversos modelos, fixos e portáteis, com diversas potências e alcances. Existem outros meios de comunicação off-grid, como por exemplo, o uso de pombos-correio. Mas, sem dúvida, o mais prático e eficiente é o rádio.
Devemos ficar atentos à mais esta ameaça...

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Como viver sem água

Esta semana estamos passando pela experiência de ficar sem água.

Aqui, com o racionamento no esquema de 4 dias sem água e 3 dias com água (na prática é 5 dias sem) por semana, quando tem água, enchemos as caixas, e, por precaução, enchemos também diversos tonéis e reservatórios, para não sermos pegos de surpresa.
Só que um defeito na válvula de retenção no encanamento fez com que, toda a água acumulada nas caixas escorresse de volta para a tubulação, quando o fornecimento foi interrompido.
Então, estamos nos virando só com a água dos tonéis (uns 250 litros).
Vou dizer que é algo extremamente estressante, ainda mais quando se tem filho pequeno. Qualquer coisinha, como usar o banheiro, escovar os dentes, lavar um prato ou tomar um banho dão uma mão de obra incrível. Um exemplo, ao levantar de manhã, a primeira coisa que se faz é ir ao banheiro e depois lavar o rosto. Depois de urinar, automaticamente se aperta a descarga. Então você se lembra que não tem água, e, para economizar, espera as três pessoas da casa urinarem (e o aroma que fica não é lá muito agradável) para só então ir aos fundos da casa, onde estão os tonéis e encher um balde para dar a descarga. Na hora de lavar o rosto, automaticamente se abre a torneira. Só que, como não sai uma gota, o jeito é usar a água da baciazinha em cima do balcão da pia. São idas e vindas com um balde para se fazer um café, para se lavar os alimentos, a louça e deixar tudo limpo. Os banhos são extremamente insatisfatórios, especialmente numa época de extremo calor como essa. Temos que apelar para o banho de cuia. E, parece que o meu filho advinha que não tem água e se suja mais que o habitual.
E, apenas 2 dias depois, os 250 litros de água estão perto do fim, mesmo tomando todo o cuidado. A sorte é que temos as casas dos parentes para nos salvar. Mas, e se fosse durante uma crise séria? E se o abastecimento na cidade for totalmente interrompido (há uma boa chance de que isso venha a acontecer no próximo mês de Janeiro)?
O que está acontecendo comigo e com minha família está servindo de alerta. Precisamos de muito mais água do que pensamos. Precisaremos, durante as crises, rever diversos conceitos em relação ao uso da água. E olhe que, pelo menos em relação à água para nosso consumo, temos diversos galões de água mineral. Mas, em caso de colapso total no abastecimento, não teremos como repor esta reserva. Não existe nenhum plano governamental para garantir um mínimo de água para a população. Não quero nem imaginar o que pode acontecer se, de fato, a água parar de chegar.
E, para piorar ainda mais a situação, não há chuvas previstas para os próximos dias aqui na região.

Para quem vive em regiões sujeitas à crise hídrica, as relações com a água terão que mudar. Temos que economizar. A era da água farta parece estar chegando ao fim. Coisas como banhos demorados, brincadeiras com água e piscinas podem se tornar artigos de luxo num futuro muito próximo...

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Sobre Crise Financeira e Funcionalismo Público

Antes de mais nada, gostaria de dizer que não apoio nenhum partido político. O que vem à seguir é apenas uma constatação dos fatos.
Vivemos uma crise financeira moderada. Ela só não é pior porque, entre outros fatores, o funcionalismo público e seus concursados, que conseguem manter seus empregos qualquer que seja a situação econômica, não é atingido da mesma forma pela crise que, por exemplo, um comerciante, que tem boa parte de seu faturamento oriundo do setor privado.
Porém, ontem, de maneira absolutamente inédita, um senador da República foi preso. E este senador era o líder do governo. A principal consequência disso é que o governo corre um sério risco de não conseguir votar, entre outras coisas, a nova meta fiscal de 2015. Em caso de não votação, o governo, para evitar consequências como o impeachment, teria que cortar em um mês cerca de 100 bilhões de reais, a fim de atingir a meta fiscal atual. Alguns analistas preveem que, entre outras coisas, a folha de pagamento dos funcionários públicos federais seria duramente afetada, bem como o repasse de recursos para estados e municípios., o que afetaria também o pagamento de funcionários públicos destas esferas. E mais. Tal situação poderia afetar também todos os pagamentos do governo para prestadores de serviço. Isso, sem falar nos cortes terríveis nos benefícios sociais.
O governo ficaria encurralado. Ou estouraria a meta fiscal e sofreria um processo de impeachment, ou tentaria se salvar, levando o caos para o país.
A situação pode se tornar imensamente perigosa se, de fato, o governo não conseguir estabelecer uma nova meta fiscal. É muito importante acompanhar atentamente a situação política nos próximos dias em Brasília.
Se estas previsões sombrias se tornarem realidade, teremos meses de extremas convulsões sociais. E os já graves problemas gerados pelas alterações climáticas, ficariam ainda mais graves, pois, se as providências para prevenir/sanar tais problemas já não são tomadas em tempos mais calmos, imagine numa situação como esta.
Eu prefiro acreditar que ainda resta um mínimo de bom senso à classe política. Eles perceberão que, se tal situação se tornar realidade, eles terão matado a sua galinha dos ovos de ouro. E, certamente, não quererão correr o risco de um levante popular. Mas, nunca se sabe...

Hoje, 28/11/2015, acabo de ver em diversos meios noticiosos que o Governo vai suspender todos os pagamentos e obras, num corte emergencial de cerca de 10 bilhões de reais... Os piores temores dos analistas em economia começam a se tornar verdade. Os próximos meses poderão ser muito duros...

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Cuidado com o que deseja...

Ontem, num post sobre a possibilidade de tempestades solares e seus efeitos na nossa civilização, em um grupo numa rede social, vi o seguinte comentário:

 - Todo mês essa notícia aparece, e nada acontece...

Quem faz este tipo de comentário quer que "alguma coisa aconteça". Como assim? Uma tempestade solar pode levar nossa civilização à era pré-eletrônica. É isso que essa pessoa, que se diz sobrevivencialista, deseja? Seria uma tragédia inimaginável! Pensem nas pessoas que estão em UTIs, ou que usam dispositivos ou tratamentos que dependem de eletricidade para funcionar. Poderia ser qualquer um de nós. Pensem nos milhões de pessoas que ficariam encurraladas em metrôs, elevadores ou outras máquinas. Por mais que nos preparemos, um evento dessa natureza poderia acontecer numa hora em que estivéssemos num local totalmente inadequado.
Quem pensa assim, acha que vai sobreviver tranquilamente ao caos, escondido atrás de suas preparações no seu refúgio, ou caçando/coletando alimentos no mato. Não vai ser assim!
Se tomarmos por base o comportamento das pessoas em cenários de crise localizada, como em terremotos, furações, ou até mesmo nas cidades atingidas pela onda de rejeitos de minério de ferro da SAMARCO, em que vimos disputas por água, pessoas sofrendo imensamente, saques, assassinatos. Por mais preparação que se possa fazer, não há nada que garanta 100% de chance de sucesso durante e após uma SHTF. Isso, sem falar nas condições psicológicas, mesmo daqueles que se julgam preparados.
Como você se sentiria se, de uma hora para outra, ficar impossibilitado de se comunicar com alguém que esteja ao menos na esquina? Como seria ficar sem acesso à nenhum tipo de informação? Como seria, mesmo preparado, ver a geladeira desligada, as luzes sem acender, a água sem sair das torneiras? Por mais preparado que estejamos, nossos recursos não são infinitos. Uma hora teremos que arrumar um jeito de arrumar mais. E como seria essa busca por recursos numa situação de SHTF?
Poderia escrever páginas e mais páginas sobre as inúmeras dificuldades de um mundo pós-SHTF. Me preparo para ter uma chance um pouco melhor de sobreviver à situações de colapso. Mas eu não quero que isso aconteça de jeito nenhum! O mundo pode até ser uma porcaria às vezes. Os sistemas de que dependemos podem até funcionar mal. Mas, pode ter certeza de que vai ser muito, muito, mas muito pior se a civilização vier abaixo por qualquer motivo.
Preparar-se é necessário.
E mais necessário ainda é desejar sempre o melhor e nunca o pior...

sábado, 14 de novembro de 2015

Terror?

Não, não vou falar da França. 

Vou falar do Brasil mesmo!

Aqui existe terrorismo. Aqui pessoas inocentes também são baleadas por atiradores com AK-47. Aqui, pessoas são vitimadas por explosões terroristas. Mas não são explosões de dinamite, e sim de irresponsabilidade. E o que motiva os terroristas aqui é a ganância, o poder, o dinheiro.
Ouvi num dos telejornais que cobrem incessantemente o ocorrido na França que agora, os franceses não podem mais ter paz para ir à uma padaria e tomar um café sossegadamente. E nós? Será que podemos? Ninguém percebe que, em muitas padarias, restaurantes, lanchonetes e outros estabelecimentos, mesmo com seguranças armados, são vítimas de constantes assaltos, com requintes de crueldade e frieza análogas aos dos terroristas em Paris? Existem estradas aqui, seja no interior do Nordeste, seja na Linha Vermelha, no Rio de Janeiro, em que se corre sério risco de ser alvejado por balas perdidas. Os tiroteios são de tal intensidade que as pessoas, com seus filhos, são obrigadas a procurar abrigo debaixo de seus carros. Se isso não é terror, então não sei o que é.
A violência em nossas cidades chegou ao ponto em que muitas casas são verdadeiras fortalezas, com câmeras, cercas elétricas e outras medidas para tentar manter afastado o terror que é ser feito de refém por assaltantes, ou o terror de ver anos de trabalho serem levados, ou o terror absoluto de ver sua esposa, marido, pais ou filhos sob a mira de uma arma de um assaltante drogado. 
E o terror de não ter água para beber, ou para higiene? Muitas cidades brasileiras estão sendo abastecidas por caminhões-pipa, pois seus mananciais secaram. E a ameaça que ronda o sistema elétrico, em que as usinas hidrelétricas e seus reservatórios em nível crítico nos assombram com possíveis apagões? Isso é aterrorizante. 

Eu sinto muito pelas vítimas inocentes dos atentados em Paris. Mas, diferentemente do que a mídia insiste em empurrar goela abaixo nas pessoas, aqui também temos terrorismo. Eu sinto muito mais pelas crianças arrastadas por criminosos em um carro. Sinto muito mais pelas vítimas de um lamaçal tóxico. Sinto muito mais pelas vítimas das inúmeras balas perdidas em nossas metrópoles, ou pelo pai de família comerciante, brutalmente assassinado enquanto tentava garantir o sustento da família. 

Só que não teremos nas redes sociais, ou nos noticiários, um milésimo da comoção mundial, ou mesmo nacional, gerada pelos atentados na França. Infelizmente. 

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Sobre Dependência Eletrônica e Zumbis

Ultimamente, temos visto muitos casos, especialmente em grandes cidades, onde pessoas, guiadas por aplicativos de celular que usam GPS e mapas, ou pelos consoles interativos de seus carros modernos, entrarem em verdadeiras enrascadas. Falta bom-senso à muitas dessas pessoas, que confiam cegamente nestes aplicativos e mapas. As pessoas esqueceram de olhar para fora de seus veículos? Será que o senso de localização que guia a humanidade desde tempos imemoriais está sendo destruído pela eletrônica?
Um desses casos foi realmente absurdo. Um casal, procurando uma pizzaria na orla da cidade de Niterói, acabou errando totalmente o caminho e indo parar numa favela, muito distante do local aonde pretendiam ir. Os nomes das ruas, na orla e na favela eram parecidos. O resultado deste erro foi trágico. Mas, é um erro grotesco! Será que eles não perceberam, ao olhar o mapa que a rua NÃO era na orla? Será que eles não pensaram que poderia haver um erro, seja na digitação do nome da rua, seja no próprio mapa? É muito mais provável que, se eles tivessem que se orientar por placas e perguntas à taxistas ou frentistas, tivessem chegado ao local correto sem maiores problemas.
Um outro tipo de dependência, igualmente chocante, embora não tão mortal, foi ilustrado numa reportagem veiculada recentemente em rede nacional. Pessoas que não largam seus aparelhos de celular para absolutamente nada, nem na hora do sexo. Pior que isso, são capazes de interromper o ato se o dispositivo sinalizar a chegada de alguma mensagem!
Ao vermos episódios como esses, percebemos que uma possível crise mais séria pode ser muito mais devastadora psicologicamente do que pensamos. A dependência em relação aos celulares e seus diversos aplicativos, à computadores e outros meios eletrônicos é bem maior do que se admite. Como estas pessoas vão agir se, de uma hora para outra, enfrentarmos uma crise que impossibilite o uso, mesmo que de forma parcial, desses dispositivos?
A grande verdade é que a eletrônica tem tomado um espaço cada vez maior na vida das pessoas. Os relacionamentos interpessoais são feitos hoje muito mais via internet e smartphone do que qualquer outro meio. É impressionante, em reuniões sociais em que pessoas sentadas à mesma mesa preferem interagir através de seus aparelhos, ao invés de conversarem entre si. Muitos hoje são realmente incapazes de se desconectar. Mesmo quando estão dormindo!
Muitos sobrevivencialistas mais fantasiosos creem na possibilidade de um "apocalipse zumbi". E eu começo a também crer nisso. Só que, o apocalipse não se dará com pessoas se transformando em zumbis, e sim na "crise de abstinência eletrônica deszumbificante". A dura realidade de um mundo sem eletrônica, ou ao menos sem internet, será muito, muito dura para muitos. E o número de pessoas que se tornam dependentes demais da eletrônica só aumenta.
E você? É dependente da eletrônica?
Eu procuro ficar o mais independente possível. A maioria de meus artigos sempre são manuscritos e só depois colocados no computador. Quase não uso aplicativos de trocas de mensagens no celular. Ao ir para locais onde não conheço, antes de sair de casa, dou uma pesquisada num mapa da internet. Mas, quando não dá tempo, me guio por placas, e não tenho vergonha de perguntar à taxistas, frentistas, motoristas ou pedestres como faço para chegar em determinado local.
Temos que perceber que a eletrônica pode ser uma poderosa auxiliar em nossas vidas. Mas ela tem nos deixado "zumbificados". Durante a maior parte de sua história, a humanidade viveu sem eletrônica. Acredito que todo sobrevivencialista tem que se preparar para situações de desconexão. Mesmo que não enfrentemos este problema no intervalo de nossas vidas, é bom sempre desconectar, para manter a sanidade mental.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Sobre barragens e crises

Desde que adotei a filosofia de vida sobrevivencialista, jamais vi um conjunto de situações tão nefasto, pelo menos aqui no Brasil, especialmente nas regiões Sudeste, Norte e Nordeste.
O que me assusta mais é, se de um lado a situação é extremamente preocupante, por outro, em plena "era da informação", nunca vi uma passividade tão grande. Chega a ser desesperador.
A poucos dias, aconteceu o terrível "acidente" da barragem de contenção de rejeitos de minério de ferro, em Mariana, Minas Gerais. Alertas já tinham sido feitos à respeito da inadequação da estrutura para suportar a quantidade de material nela estocado, e nada foi feito. Mais uma vez, o poder público se mostrou omisso e ineficaz, no que diz respeito à fiscalização. E o desastre, além de ter destruído dois vilarejos e feito um número ainda não conhecido de vítimas fatais, está contaminando a água de várias cidades, tanto em Minas como no Espírito Santo, numa época em que estes estados já enfrentam a pior crise hídrica de suas histórias.
Este episódio nos mostra, acima de tudo, que nunca estivemos tão sozinhos. O que se pode esperar para os próximos meses? A principal hidrelétrica do Nordeste, Sobradinho,  tem pouco mais de 3% em seu reservatório. E da maneira como o sistema é configurado, se este vier a secar, boa parte do sistema de hidrelétricas nordestinas será duramente afetado, pois é a água de Sobradinho que faz com que o sistema de Paulo Afonso funcione em períodos de estiagem. E, assim como no caso da barragem, em que o poder público insistia em dizer que não havia riscos, apesar de várias evidências em contrário, ninguém deixa a população saber quais são as reais consequências para o sistema elétrico brasileiro, e em especial, nordestino, se as principais usinas hidrelétricas da região tiverem que paralisar sua produção. Ninguém fornece informações claras à respeito da quantidade de água exata que existe em muitos reservatórios, incluindo, o da cidade onde moro.Algumas pessoas ligadas à entidades independentes alegam que a água aqui acabará em 3 ou 4 meses.
A população está completamente anestesiada, passiva, em compasso de espera. Por mais que muitas entidades tentem alertá-la de que a situação jamais esteve tão complicada, e que planos de contingência precisam ser elaborados, quase ninguém liga. A preocupação principal da maioria é ficar na torcida à favor ou contra o impeachment presidencial, à favor ou contra a queda do presidente da câmara dos deputados, como se isso fosse um clássico futebolístico, e como se isso fosse resolver instantaneamente todos os problemas que temos.
Tendo a acreditar que muitos prefeitos querem que suas cidades entrem em situação de emergência, para ter acesso à recursos financeiros do governo federal de forma mais rápida e não precisar realizar licitações para o uso destes recursos em projetos. Mas, diante da situação econômica do país, isto, caso se confirme, pode ser um grande tiro no pé.
Vale um alerta para os sobrevivencialistas, bushcrafters e preparadores, especialmente das regiões afetadas pela crise hídrica:

Armazenem água. E quem puder, procure formas de conseguir energia sem depender do sistema. Quem não puder, tenha ao menos métodos de iluminação que não dependam da rede elétrica. Estoquem gás de cozinha.

Procuro sempre ser muito realista em meus posts. Este aqui pode soar como algo muito extremado. Mas, pelo que vemos em todas as esferas de atuação, do governo federal aos prefeitos, as providências necessárias para prevenir crises, ou ao menos estruturar planos emergenciais caso a situação se agrave simplesmente não existem. Assim foi com a barragem. Assim está sendo com os reservatórios. E assim será se (ou pior, quando) nossos reservatórios chegarem a 0%.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Sobre Saqueadores e Armas

Qualquer pessoa pode vir a se tornar um saqueador. Depende da situação. Imagine que você está numa cidade devastada por um desastre natural, onde não há água, luz, comunicações, polícia e outros benefícios da vida civilizada. Você e sua família estão com fome e sede. Mesmo que você vá à um supermercado e queira pagar por recursos, não há como, pois os sistemas de computadores que controlam as transações financeiras estão desligados. Então, você, sua família e milhares de outras pessoas não veem outra opção a não ser pegar à força o que estiver ao alcance, para não morrer. O desespero é tamanho que você pouco se importa com os riscos. Guardas armados, cercas, portas gradeadas, nada disso será obstáculo se você estiver com fome e sede, com seus entes queridos na mesma situação.
Os guardas até tentam conter o avanço dos desesperados, primeiro atirando para cima, depois atirando para matar. Mas as pessoas desesperadas são muitas e logo os guardas são dominados, soterrados, pisoteados pela avalanche de gente. Depois do saque, nenhum item sobra nas prateleiras. De ferramentas à comida de cachorro, passando por todo e qualquer produto, tudo é levado.
Enquanto isso, nos bairros da cidade, dava para escutar a intensa troca de tiros, e dava para ver as colunas de fumaça ao longe. Grupos de pessoas se organizaram e passaram a saquear casas sistematicamente. Alguns proprietários, que haviam guardado mantimentos preventivamente, tentavam resistir. Armados até os dentes, não hesitavam em matar quem se aproximasse de suas propriedades. Então, talvez por desespero, talvez por pura maldade, os atacantes jogavam bombas incendiárias nas casas...

Isto aconteceu em Nova Orleans, nos dias em que se seguiram à fúria do furacão Katrina, e também em vários outros locais vitimados por calamidades ao longo dos últimos anos.

As situações descritas acima foram extremadas, onde houve um total colapso das estruturas que mantem a civilização coesa.

Mas a pergunta é: Estamos realmente preparados para lidar com saqueadores?

Não precisamos de um Katrina para passarmos por situações perigosas envolvendo saqueadores. Até porque, muito embora a maioria das pessoas só recorreria à saques como última medida desesperada, existem pessoas sem escrúpulos, que o fariam por causa de certos produtos de valor, ou simplesmente pela "diversão". Além disso, saques geralmente são só um componente de distúrbios mais generalizados. Junto com os saques, costuma haver vandalismo, agressões físicas como espancamento e estupro. Não raro, ocorrem até mesmo assassinatos.
Estamos passando por um período propício às grandes manifestações. Muitas vezes, elas reúnem milhares, ou até mesmo milhões de pessoas nas maiores cidades. E, à exemplo do que ocorreu no Rio de Janeiro, nas manifestações contra o aumento das passagens em 2013, houveram muitos casos de vandalismo, saques e violência. Principalmente nesses casos, os saques são atos premeditados, feitos por pessoas que não estão desesperadas.
Em situações de crise, de colapso, os saques certamente serão inevitáveis. No começo, serão pessoas que se aproveitarão da inexistência de forças de segurança. Depois, quando a fome e a sede começarem a agir, aí serão quaisquer pessoas...

E aí vem as inevitáveis perguntas: Até onde você iria para proteger a sua casa/apartamento/refúgio de um saque? Você chegaria ao ponto de matar pessoas? E se os saqueadores fossem crianças famintas e desesperadas, você atiraria para matar? Ou você fugiria? Abandonaria tudo o que você guardou durante meses ou anos? Como você se sentiria ao fazer isso?

Se você se preparou, preparou um refúgio, quando o desespero atingir as pessoas e elas perderem todo e qualquer limite, você ainda estaria ao menos bem alimentado, e dono de suas faculdades mentais.
Na teoria, a gente pensa, ou elas ou eu. Mas na prática, para a maioria das pessoas, é muito difícil matar, especialmente os que seriam considerados mais frágeis num mundo civilizado, como crianças ou velhos.

Não vamos nos iludir. No caos, qualquer pessoa, até mesmo os preparadores, podem ser vítimas de saques (e outras situações perigosas). Mas acredito que essa possibilidade é muito maior quanto mais gente estiver no local. Acredito que todo sobrevivencialista que mora em grandes aglomerações humanas deva ter como objetivo viver em cidades menores, ou até mesmo em áreas rurais.
Acredito também que fazer de tudo para evitar enfrentamentos deva ser a estratégia a adotar. Ser o mais discreto possível (mesmo nos dias atuais) aumenta muito a possibilidade de se escapar de problemas.

Pense em tudo isso quando for se preparar. Armas são importantes, e podem garantir, em determinadas situações, a sua sobrevivência. Mas não ache que elas são a solução para tudo. Lembrem-se que algumas pessoas treinadas para matar, como policiais ou soldados, sofrem um impacto psicológico tremendo quando o fazem. Lembrem-se que armas são inúteis quando uma multidão ensandecida ataca. E acima de tudo, lembrem-se que por mais bem armado que um civil (especialmente aqui no Brasil) possa estar, em cenários de crise podemos esperar que, por exemplo, militares, armados com fuzis automáticos, veículos blindados e canhões, possam se tornar saqueadores. É claro que eles procurariam eliminar qualquer foco de resistência, e muito facilmente.

Um preparador precisa manter sempre os pés no chão. Não somos Rambos. Somos pessoas comuns...


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Anestesiados

Não sei se este é um sentimento comum à meus colegas sobrevivencialistas. Mas, às vezes, me sinto revoltado em relação à maioria das pessoas, por elas simplesmente não perceberem que estamos nos esfacelando. Vejam a que ponto chegamos:

Em boa parte das cidades do país, não importando o tamanho, não se tem mais segurança. De caixas eletrônicos a shoppings, passando por supermercados, residências, veículos, transporte público, urbano ou intermunicipal, escolas, templos religiosos e até mesmo delegacias de polícia, nada está à salvo dos bandidos, que, certos de sua impunidade, agem de forma cada vez mais audaciosa. Se são presos, pouco tempo depois acabam soltos. 

A crise política que nos atinge é, sem dúvida, a mais séria que já tivemos. De um lado, um governo federal imerso em corrupção e que tomou decisões desastrosas para a economia. De outro, uma oposição igualmente imersa em corrupção e que está interessada não na melhoria das condições do país, mas apenas tomar o poder em proveito próprio. 

A crise econômica é séria, embora, até agora, não seja tão grave como as que já enfrentamos nos anos 80. Mas, mesmo assim, vemos milhões de pessoas perdendo seus empregos, milhares de lojas fechando, os preços ao consumidor aumentando sem parar. E, pelas projeções do próprio governo, a crise durará pelo menos até 2017. 

A crise hídrica, que, apesar de sua gravidade, tem sido deixada meio de lado pela imprensa, dando a falsa impressão de que já foi solucionada. Os níveis dos reservatórios em boa parte do país continuam a cair, e absolutamente nada é feito, salvo obras que servem de paliativos e que empurram o problema com a barriga para os próximos anos. 

As cada vez mais intensas mudanças climáticas. Vejam o exemplo de Porto Alegre, que teve o seu sistema de comportas para evitar inundações acionado pela primeira vez na história. A cidade escapou de uma gravíssima inundação por um triz, porque choveu tanto que quase que o tal sistema não dava conta. Pelo mundo, vimos neste verão do hemisfério Norte os maiores incêndios florestais da história, e, neste momento, a Indonésia sofre com este problema numa escala jamais vista. 

Não me conformo com a falta de reações das pessoas. Não há protestos. Tenho idade suficiente para lembrar que já houveram protestos gigantescos contra o governo nos anos 80 e 90 que mudaram os rumos do país. Mas parece que se perdeu esta capacidade de mobilização. Protesto hoje é sinônimo de diversão. Parecem estar todos anestesiados, alheios à gravidade da situação. 
No passado, enfrentamos problemas sérios. Já passamos por outras crises políticas e econômicas. Já passamos por racionamento de água e até mesmo de energia. 
Mas nunca passamos por tudo isso AO MESMO TEMPO. 
E quase ninguém liga. As pessoas não param para pensar que NÃO É NORMAL ter que colocar muros altos, grades, câmeras e outros sistemas de segurança em casa (quem pode fazer isso, é claro). NÃO É NORMAL criar um grupo de vizinhos em aplicativos de comunicação no celular para que eles possam avisar uns aos outros se possíveis bandidos estão rondando pela região. ESTÁ MUITO LONGE DO NORMAL ver uma ESCOLA ser assaltada 3, 4, 5, 10 vezes num ano. NÃO É NORMAL ter um racionamento de água de 15 dias por mês. NÃO É NORMAL ver as principais cidades brasileiras ameaçadas por uma crise hídrica. 
São inúmeros os problemas que estamos enfrentando neste momento. Mas a maioria das pessoas vivem como se não houvesse nada errado. 
E, se falamos alguma coisa em relação aos problemas, seja nas conversas com os amigos, seja nas redes sociais, somos malucos, pessimistas, doidos, fanáticos, agourentos... Simplesmente se recusam a ver. Parece ser mais fácil se refugiar na mediocridade reinante dos memes, das fofocas, dos esportes. Ficam esperando pelo "salvador da pátria", uma figura humana que vai resolver num piscar de olhos tudo o que há de errado...
Enquanto isso, tudo vai desabando. 
Então, o pessimista aqui, vai se preparando. Enquanto eu rezo por um milagre, na forma de chuvas torrenciais nos reservatórios, na forma de uma iluminação divina na mente dos políticos e na abertura dos olhos das pessoas comuns, me previno para a quase certa degradação dos cenários econômico e climático...
Meteoros, tempestades solares, supervulcões e outros desastres da natureza podem (e vão) acontecer. Mas o que nos ameaça a todo momento é a maneira como estamos lidando com os problemas que nos cercam e que, embora não tenham um impacto imediato, vão, aos poucos, nos levando para uma situação sem volta. Se continuar assim, é possível que cheguemos à uma situação descrita no filme No Mundo de 2020 (é um filme distópico dos anos 70, no qual já havia a preocupação com temas ligados à degradação ambiental, econômica e à mudanças climáticas). A maioria dos vivos vai invejar os mortos...

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Sobre Transposição e Crise

O Engodo da Transposição

Independente de posição política, nunca fui à favor da Transposição das Águas do Rio São Francisco. Eu acredito que isso vai representar um impacto maior do que o rio poderá suportar. E digo porque.

1) Existem na imprensa nacional, diversas reportagens mostrando que, ao longo do rio, muitas áreas banhadas pelo rio estão severamente afetadas pela seca. A navegação e a pesca estão comprometidas em muitos locais. Segundo muitas análises, esta é a maior seca já enfrentada pelo rio.

2) Os níveis dos reservatórios das principais usinas hidrelétricas que fornecem energia para o Nordeste, e que usam a água do rio, particularmente o maior deles, que é o de Sobradinho, estão com níveis perigosamente baixos. Segundo o monitoramento que o Operador Nacional do Sistema Elétrico faz nestes reservatórios, o nível médio da Região Nordeste é de cerca de 14,19%, e o do já citado Sobradinho, apenas 8,55%.

Diante destes dois pontos, surgem as perguntas:

1) Se o rio já está sendo afetado severamente no cenário atual, como ele ficaria com uma grande retirada de água representada pela transposição?

2) Existiram estudos sobre a viabilidade e impacto desta transposição? Ou os interesses políticos/econômicos foram os determinantes para que tal obra fosse feita?

3) Quando ficará pronta? A primeira previsão era 2010. Depois foi adiada para 2012 e 2015. Agora, a próxima possível data de conclusão é 2016/2017. Será mesmo? Especialmente num cenário totalmente adverso na economia, em que o governo está sendo obrigado a fazer imensos cortes em programas fundamentais?

4) Que providências estão sendo tomadas pelo poder público para evitar, por exemplo, a retirada ilegal de água do rio? Existem planos elaborados ou em execução visando a preservação das margens do São Francisco?

O que eu acho é que a transposição não vai resolver o problema da seca em áreas do Nordeste. Vai sim, se um dia ficar pronta, agravar os problemas já existentes no Velho Chico. O rio já está morrendo agora, devido à péssima gestão pública de suas águas, agravada pelo fator climático. E, enquanto isso, nenhuma medida é tomada, seja para fiscalizar as obras da transposição, seja para tomar conta do rio. A Transposição das Águas do Rio São Francisco está se revelando um engodo eleitoral, uma miragem no deserto, um delírio febril causado pela ganância e impunidade de nossos políticos e empresários inescrupulosos.

A gestão dos recursos hídricos é essencial para a manutenção de nossa sociedade. Dependemos da água até para gerar energia. As consequências do cenário atual podem ser dramáticas. E o que mais me preocupa é que NINGUÉM liga! 
Eu intensifiquei minhas preparações, porque certamente enfrentaremos muitas turbulências nos próximos meses. Se for para ser pessimista, apagões poderão se tornar frequentes e o racionamento de água mais intenso, aumentando ainda mais a já crescente tensão social...

Espero que um milagre ocorra, que venha muita chuva e que a situação se normalize. Mas é bom NÃO contar com isso...






terça-feira, 25 de agosto de 2015

Sobre China e El Niño

Algumas notícias que surgiram nos últimos dias e que devem nos deixar em alerta, pela conjunção nefasta de fatores que isso representa.

A bolsa de valores chinesa teve perdas de quase 30% nos últimos dias. Mas este não é o ponto mais perigoso do fator China. Tanto é que, apesar do tombo de ontem, hoje as bolsas europeias recuperaram grande parte das perdas. O problema chinês é que não há como saber, graças a falta de transparência da economia que é controlada com mãos de ferro pelo governo, a real extensão da degradação econômica. Talvez a China seja a maior bolha financeira deste século, fazendo com que a bolha das empresas de internet no começo do século pareca brincadeira de criança. Não há garantias reais de que os dados econômicos chineses não tenham sido maquiados ao longo do tempo.
Enquanto isso, cientistas alertam que o fenômeno El Niño, que é caracterizado por um aquecimento anormal das águas do Pacífico, que por sua vez altera o regime de circulação atmosférica global, causando, por exemplo, secas mais intensas e prolongadas em locais como o Nordeste do Brasil e chuvas mais intensas no Sul, será o mais intenso desde que começou a se registrar este tipo de dado, nos anos 1950. 1997, o ano com o El Niño mais intenso já registrado, foi o ano mais quente que se tem notícia. As projeções dos cientistas indicam que o El Niño deste ano poderá aumentar a temperatura da água do Pacífico em até 5ºC, algo jamais visto. Além da já referida seca no Nordeste, este também causará um aumento da temperatura na região Sudeste.
Caso se confirmem estas duas previsões, teremos um cenário realmente desesperador para os próximos meses.
De um lado, uma eventual crise chinesa afetará o principal comprador de produtos brasileiros, acentuando a já grave crise econômica que nos atinge. Isto levará ao governo a reduzir ainda mais os gastos em obras de infra-estrutura, nas quais se incluem os reservatórios de água para consumo humano e também para a geração de energia elétrica. Por outro lado, estas obras, principalmente no que diz respeito à água e energia jamais foram tão necessárias, por causa das perspectivas climáticas.
A situação se torna a cada dia mais grave. Mas a sociedade civil organizada e os governos parecem não perceber (ou fingem não perceber) que o Brasil pode estar entrando na crise mais séria de sua história.
O que a comunidade sobrevivencialista deve fazer é continuar a se preparar.

Pode soar pessimista, mas essa é a realidade que os anos de falta de medidas preventivas sérias por parte dos governos nos deixou de herança... Não vou nem tocar no assunto do porque o clima está mudando...

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Combinação Perigosa

A crise financeira está aí. E, ao contrário da de 2008, essa parece que não vai ser uma marolinha. Não precisamos de dados deste ou daquele órgão para perceber que a situação é séria. Muitos amigos perderam o emprego ou vêem quedas significativas de faturamento em seus negócios. Andando pelas ruas, vemos muitas lojas fechadas, muitas galerias recém-construídas esperando por inquilinos para as suas lojas, e, nas que permanecem abertas, ou os vendedores passam quase o dia todo de braços cruzados, ou boa parte deles já foi mandada embora. Vemos os juros básicos da economia subindo. Vemos os juros estratosféricos do cheque especial e do cartão de crédito. Vemos um governo fazendo cortes orçamentários em todas as áreas, até naquelas em que, mesmo com todo o dinheiro disponível, já não eram eficientes, como a segurança pública, a saúde e a educação.
Soma-se a isso, a crise hídrica absolutamente sem precedentes. Quando observamos a variação da quantidade de água nos reservatórios de 3 das principais regiões metropolitanas do país, é possível perceber que as recargas nas estações chuvosas não foram, nem de longe, suficientes para restabelecer a capacidade de armazenamento destes. Em várias outras cidades espalhadas pelo país, a situação também é preocupante. Há locais em que a água dos reservatórios durará apenas até o fim do ano. Há locais em que já não há água, e que o abastecimento é feito por carros-pipa. Mas, imagine uma cidade de médio/grande porte sendo abastecida dessa maneira. Totalmente inviável.
Boa parte da população está sendo submetida a dois tipos de pressão: A financeira e a hídrica. Com exceção da região do semi-árido brasileiro (que inclui áreas de todos os estados nordestinos e norte de Minas Gerais), nunca na história a população de médias e grandes cidades brasileiras, especialmente do Sudeste, tinha sofrido esta pressão simultânea.
Estamos chegando à um momento crucial, que deve ser atingido nos últimos meses de 2015 e nos primeiros de 2016. Como a população reagirá à uma situação na qual, além da crise financeira, há também uma crise no abastecimento de água?
Temos que nos preparar para a possibilidade de uma real degradação na organização da sociedade brasileira nos próximos meses. Pode parecer um certo exagero. Mas, as medidas tomadas pelos governantes para gerenciar as duas crises tem sido ineficazes.
É importante manter o tema da água sempre na pauta. Porque crises financeiras, por mais duradouras que sejam, um dia elas acabam. Mas, pessoas e cidades não conseguem sobreviver se não houver água. E, pela mudança do comportamento das chuvas e aumento de consumo de água vistos nos últimos anos, a escassez parece que veio para ficar.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Pandemia: Uma ameaça sempre presente

No fim do mês passado, dois eventos preocupantes vieram a tona. Nos EUA, uma espécie de gripe aviária fez com que aproximadamente 10% dos frangos do país tivessem que ser sacrificados. Tal acontecimento deixou vários setores produtivos em alerta. Dos fabricantes de alimentos aos laboratórios farmacêuticos. Além do frango, estes setores usam também os ovos para o feitio de seus produtos. E temem que suas criações de aves possam vir a ser afetadas. Tal fato já está tendo um impacto direto sobre o preço dos produtos aviários no país. Os ovos nas granjas chegaram a ter o seu preço triplicado.
No distante Cazaquistão, uma diarreia severa matou em poucos dias cerca de metade da população de um antílope chamado saiga. Não se sabe ainda o que causou esta mortandade, mas a possibilidade de que alguma espécie de vírus seja a responsável não está descartada.
Há anos se especula a possibilidade de transmissão de agentes patogênicos de outras espécies para o ser humano. Não parece ser o caso no atual surto de gripe aviária nos EUA, que é, por sinal, o maior da história. Mas, mesmo que não seja, só o fato de uma doença se alastrar de forma bombástica entre alguma espécie que nos serve de alimento é assustador. Assim como é assustador uma doença desconhecida dizimar rapidamente uma espécie selvagem.
No ano passado, o surto do vírus Ebola, em vários países africanos foi, de longe, o maior da história. O problema só não atingiu uma escala global porque o vírus ainda não está perfeitamente adaptado ao ser humano e, na maioria das vezes, ele mata o hospedeiro antes que este tenha tempo de contaminar outras pessoas. Mas, em algum momento no futuro, cepas de vírus mais adaptados ao ser humano, como o da gripe, podem se tornar terrivelmente mortais, por causa das inúmeras e imprevisíveis mutações aos quais estes se submetem.
A verdade é que, cada vez mais, ficamos mais vulneráveis à esse tipo de perigo. A população aumenta mais a cada ano. Aqui no Brasil, na maior parte das cidades, não há um sistema de saúde que funcione nem com a demanda que se tem em tempos normais. Imagine em caso de emergência médica. É cada vez mais fácil o transporte de pessoas e produtos pelo planeta. E, embora não se toque no assunto, certamente existem países e organizações que fazem pesquisas com microrganismos, seja para criar vacinas, seja para usá-los como armas.
Como sobrevivencialistas, devemos ficar sempre atentos a qualquer evento envolvendo grande mortandade de animais. Isso pode ser um sinal de problemas à vista.

Adendo: Dois dias após o autor deste blog fazer esta postagem, centenas de escolas e universidades na Coreia do Sul suspenderam suas atividades devido à um surto de MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), uma variante da SARS. Veja aqui a notícia.


Links:

Surto de gripe aviária nos EUA
Morte de antílopes no Cazaquistão

domingo, 24 de maio de 2015

Sobre Estado Islâmico E A Volta Da Ameaça Nuclear

Foi divulgado recentemente na imprensa internacional que o Estado Islâmico teria a capacidade de adquirir armas nucleares através do Paquistão, país que possui um arsenal nuclear.
Este é um fato que deve ser analisado com bastante cautela.

O Estado Islâmico possui dinheiro suficiente para obter armamentos de quaisquer tipos. Porém, ao contrário do que os filmes de agente secreto mostram, não é tão fácil comprar e transportar uma arma nuclear por aí. Para começar, todas as armas produzidas no mundo são rigorosamente controladas. Mesmo no caos que se transformou a antiga URSS durante a sua desintegração, as armas nucleares permaneceram sob o controle das Forças Armadas Russas. Instalações nucleares são extremamente protegidas (ou pelo menos monitoradas), não só pelas forças armadas locais, mas também por vários outros países, em especial os EUA. Em caso de tentativa de invasão/roubo, esta certamente seria detectada em vários lugares ao mesmo tempo e ações seriam tomadas no sentido de impedir tal fato (provavelmente sem respeito algum em relação à soberania nacional, principalmente em países como Paquistão e Coréia do Norte). Além disso, armas nucleares não são o que se pode chamar de portátil. Pesam centenas de quilos, com o material radioativo e todos os mecanismos responsáveis por seu acionamento. E são fáceis de serem detectadas, pois emitem grande quantidade de radiação. A tecnologia para produzir materiais nucleares, como o urânio com alto grau de pureza, usado em bombas e reatores, é um processo dominado por poucos países (entre os quais, o Brasil), é muito caro, difícil e facilmente detectável.

Agora, existe um outro tipo de dispositivo explosivo que utiliza radiação como arma, mas não é nuclear. Trata-se da bomba suja. Consiste explosivo comum envolvido por uma certa quantidade de material radioativo, como por exemplo o césio-137 (responsável por várias mortes em Goiânia, num acidente nos anos 80). Tal dispositivo poderia contaminar por décadas bairros inteiros de uma cidade. Ao contrário de uma arma nuclear, este não exige muita tecnologia para ser fabricado.

Imagine uma dessas bombas sujas sendo detonada no centro financeiro de uma cidade como Nova Iorque. Seria uma forma eficiente e barata de trazer o caos econômico aos EUA (e a boa parte do mundo também).

Não quero dizer aqui que é totalmente impossível para o Estado Islâmico conseguir uma (ou várias) armas nucleares. Os sistemas de vigilância nuclear são realmente muito bons. Mas não são infalíveis e nem incorruptíveis. Países com capacidade nuclear e que são antagonistas das potências ocidentais, como a própria Coréia do Norte, usam muito de retórica quando ameaçam usar sua força nuclear. Mas na prática não vão fazer nada, pois um ataque dessa natureza seria assinar a sua própria sentença de morte, o que não seria interessante para um regime que quer manter o poder em suas mãos. Países assim tem em suas armas nucleares a garantia de não serem diretamente atacados pelas grandes potências. Já grupos como o Estado Islâmico parecem não ter essa preocupação. Por ser um grupo sem identidade nacional (inclusive há pessoas que defendem seus ideais infiltradas em muitos países), a ideia de ter um território atacado em retaliação à um possível atentado nuclear não serviria de impedimento.

Seja como for, é bom ficar de olho nas ações do Estado Islâmico. Eles agem como se não tivessem nada a perder...

sábado, 16 de maio de 2015

Presenciando o Caos

São vários roubos e assassinatos por dia, até mesmo em escolas, em plena luz do dia. O transporte público para de funcionar, pois ônibus são destruídos por incendiários. Uma pessoa é desmembrada. Tem sua cabeça e braços arrancados, enquanto os que praticam a ação contam piadas e dão gargalhadas. A situação do abastecimento de água é crítica, pois o reservatório que abastece a região está em situação crítica e as mudanças climáticas fazem com que chova cada vez menos. Há falhas frequentes de comunicação, principalmente em relação aos telefones celulares.

Parece enredo de filme ou documentário apocalíptico. Mas não é. Isso é o que tem acontecido na cidade onde moro, Campina Grande, Paraíba.

A sensação de medo é enorme. E, para completar, existem os irresponsáveis que usam as redes sociais para espalhar boatos que aumentam ainda mais o medo da população. Mas a verdade é que vivemos em uma situação em que o poder público está cada vez mais ausente, as forças de segurança são cada vez mais ineficazes e cada vez menos temidas. Uma entrevista do comandante do batalhão de polícia da cidade mostrou que simplesmente não há efetivo nem recursos para oferecer um mínimo de proteção aos cidadãos. Um relato de um policial que não quis se identificar mostrou que, para se fazer uma abordagem à veículos suspeitos ou ônibus, geralmente são usados apenas dois agentes, o que claramente é insuficiente.

Decididamente estamos no que pode-se chamar de um estágio Pré-SHTF.

A menos que chova muito, mas muito mesmo (o que é improvável, ainda mais em um ano de El Niño), e que haja uma completa e total reestruturação na maneira como se combate o crime, a situação só tende a piorar. E olhe que ainda há a questão da crise econômica atual...


sexta-feira, 8 de maio de 2015

Sobre Informações e Percepção

Moro numa cidade que já está sofrendo com o racionamento de água desde o último Dezembro. Mas, a crise hídrica é muito mais séria do que se pensava. O manancial que abastece a cidade estava com cerca de 19,6% de sua capacidade. Porém, diversos analistas tem chamado a atenção para o grave erro destes cálculos, que não levaram em conta a entrada de sedimentos no reservatório nos últimos 50 anos. Os cálculos refeitos com esta variável indica que na verdade, o reservatório só tem 14,5% de água. Todo o programa de contingenciamento de consumo foi feito baseado em informações erradas. E agora, uma medida muito dura terá que ser tomada. O racionamento aumentará de 2 para 3 dias consecutivos. 
Deste episódio podemos aprender uma lição: Nunca devemos confiar totalmente nas informações divulgadas. Acredite sempre que pode estar muito pior do que o que a imprensa e os órgãos públicos nos fazem crer. Parece pessimismo? Eu acho que é realismo. 
Analise as informações, mas confie nos seus instintos, na sua percepção. Preste atenção nos acontecimentos anômalos a sua volta. E mantenha-se em constante preparação. 
Um exemplo interessante. Sabemos que o país atravessa o princípio de uma grave crise financeira. A imprensa atira isso nas nossas caras 24 horas por dia. Mas, sabemos o quanto a crise é realmente séria não pelo o que a imprensa diz, mas pelo que observamos nas ruas e nas nossas conversas com parentes, amigos e colegas. Aqui na cidade, é impressionante o número de lojas fechadas, com os imóveis comerciais com placas de Aluga-se. O número de pessoas no posto do Ministério do Trabalho, atrás de Seguro-Desemprego e FGTS aumentou muito. É sensível a queda de movimento no café e na livraria que costumo frequentar. Você passa em frente às lojas e vê os funcionários de braços cruzados na maioria delas. Vê que vários amigos seus perderam o emprego e estão com dificuldades de arrumar outro. Por tudo isso, nem seria necessária a divulgação de notícias por parte da imprensa. A sua percepção já seria suficiente para perceber que existe algo errado. 
Assim o é com vários outros parâmetros. Não é difícil perceber que faz um calor muito grande para Maio aqui na cidade, nem que choveu muito, muito pouco em 2015. 
Mesmo com tudo isso, devemos nos manter informados. Mas nunca confiar somente nas informações. Devemos usar nossa percepção. 

Acredite no melhor, mas prepare-se para o pior. 

domingo, 26 de abril de 2015

A Importância da Prática

Os sobrevivencialistas sabem o que é necessário para passar por momentos de crise. De preparações à boa forma física, do uso de ferramentas ao manuseio de armas. Mas uma questão me chamou a atenção nesses dias:

Devemos praticar exaustivamente as habilidades que poderão fazer diferença em caso de SHTF.

Há 15 dias, fiz algumas coisas que seriam necessárias durante uma crise:

- Acender um fogo com pederneira.
- Acender um fogo usando uma lente e o sol.
- Acender um fogo usando atrito.
- Atirar com revólver em alvos fixos e móveis.
- Correr 2km em terreno muito acidentado carregando uma mochila com aproximadamente 10kg.

Na teoria (e nos programas do Discovery Channel) parece ser tudo muito fácil. Mas digo, com franqueza, que as únicas atividades nas quais tive um desempenho que considero satisfatório foi acender um fogo com pederneira e atirar em alvos fixos.
Nas outras atividades fui muito mal. Não consegui acender o fogo com lente e muito menos com fricção. Quando estava correndo com a mochila no terreno acidentado, logo cansei e não aguentei. E olhe que corro regularmente. Mas não é a mesma coisa correr na rua e num terreno acidentado, ainda mais com um peso.

Este teste serviu de alerta. Hoje, fui refazer as atividades nas quais eu fracassei. Continuei sem conseguir acender fogo com lente e com fricção. Mas, ao menos acertei alguns tiros em alvos móveis (um amigo estava jogando objetos para que eu pudesse acertá-los) e a corrida com a mochila foi menos penosa, mas ainda assim muito longe do ideal.

A prática é fundamental para que possamos melhorar nosso desempenho e avaliar nossos pontos fracos. Caso aconteça alguma SHTF a minha ideia é correr para meu refúgio. Mas, num cenário extremamente incerto, no qual não teremos nenhuma garantia, é importante manter certas habilidades afiadas.

Nunca devemos baixar a guarda!

sexta-feira, 10 de abril de 2015

A Morte Silenciosa

Em 2014, velejador cruzou cerca de 3000 milhas de Oceano Pacífico. Nenhuma ave, nenhum peixe. Dez anos antes, quando ele fez a mesma viagem, ele pescava pelo menos um peixe por dia. As aves marinhas pousavam no mastro de seu barco para descansar. Agora, durante toda a viagem, ele conseguiu pescar dois peixes. Ele encontrou com diversos barcos de pesca de atum, que usavam redes de arrasto. Pescavam o atum e jogavam os peixes mortos de outras espécies de volta ao mar. Para completar, na rota do barco há áreas gigantescas com destroços do grande tsunami do Japão. Há de tudo. Postes de energia, chaminés, containers, linhas de pesca, pedaços de plástico de todos os tamanhos, pneus, manchas de óleo e combustível... Segundo este velejador, o silêncio era terrível.
Muitas ilhas, em todos os oceanos, recebem em suas praias muito lixo trazido pelo mar. No Atlântico, existe uma ilha imensa de lixo, situada próxima ao litoral do México. Os efeitos de tamanha poluição sobre a cadeia alimentar dos oceanos está sendo negligenciado pelos governos. Com o passar do tempo, o plástico vai se desfazendo, se transformando em pequenas partículas. Muitas formas de vida confundem o plástico com alimento, o que acaba ocasionando a sua morte. Este fato, aliado à pesca excessiva e totalmente insustentável está tornando a pesca uma atividade cada vez mais difícil. Muitas espécies de peixe começam a rarear.
Um cientista e músico americano, especialista em estudar sons de animais na Natureza, tem tentado alertar as autoridades para o fato de que o mundo está cada vez mais silencioso. Com o passar dos anos, muitas espécies de pássaros e outros animais sumiram, em todos os ecossistemas, em todos os lugares do planeta. Desnecessário dizer o tamanho do impacto que isto traz.
Estamos caminhando para uma situação insustentável. A morte é silenciosa. E os poucos que tentam fazer barulho em relação à este perigo não são ouvidos...

Alguns artigos assustadores sobre o que está acontecendo...

O Oceano Está Quebrado
Mundo Animal Silencioso

quinta-feira, 2 de abril de 2015

A Crise Hídrica Não Acabou

Nos 2 últimos meses tem chovido acima da média em alguns dos locais mais ameaçados pelo fantasma da falta de água no Brasil. Um exemplo é o tão falado Sistema Cantareira, que recuperou água do segundo volume morto e pouco mais da metade do primeiro volume morto. Isto parece ser uma ótima notícia. Mas não se engane. Em Abril de 2014 o nível deste manancial girava em torno de 10% de volume útil, ou seja, não se usava a reserva técnica dos volumes mortos. E na época, a preocupação já era grande com a pouca oferta de água. Outro agravante é que em Maio de 2014, para tentar reduzir o ritmo de queda do Cantareira, outros sistemas, como o Alto Tietê e o Guarapiranga foram usados como reforço. Situação que ainda perdura.
A grande preocupação que surge no horizonte é que, se o nível de chuvas durante o restante deste ano se mantiver nas médias históricas, chegaremos em 2016 a um nível ainda mais crítico nos reservatórios do Cantareira. Mas ninguém toca no assunto.
Brasil afora, existem outros lugares nos quais as chuvas simplesmente foram insuficientes para trazer algum alívio para os reservatórios. No Nordeste, 54 municípios estão literalmente sem água. Na cidade onde vivo, as chuvas não foram suficientes e o principal reservatório está com pouco mais de 20% de sua capacidade. Ele não resistirá ao próximo verão.
E os problemas não param por aí. Segundo o mais recente relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico, divulgado ontem, o nível dos reservatórios de duas das principais hidrelétricas do país, Sobradinho e Furnas, gira em torno dos 20%. O país ainda está usando todas as termelétricas que só seriam acionadas caso a geração hidrelétrica não fosse suficiente para garantir o abastecimento.
Mesmo em outros países, existem crises hídricas em andamento. O estado da Califórnia, nos EUA, acaba de decretar racionamento. O consumo terá que ser reduzido em 25%, pois a quantidade de água usada é maior do que a capacidade de reposição dos mananciais.
Diversos estudos comprovam que o grau de desperdício de água no Brasil é altíssimo. Mas, como é de praxe, as autoridades vão empurrando o problema com a barriga. Nada está sendo feito no sentido de melhorar os sistemas de distribuição de água no país.
Pode soar pessimista. Mas, o que estamos passando agora vai ser brincadeira de criança se comparado ao que passaremos daqui a um ano. A não ser que o milagre das chuvas acima da média continue ocorrendo durante o ano e que se espalhe por todo o país, o que, convenhamos, é pedir demais a São Pedro. A situação continua muito séria e, com o passar dos anos, a tendência é de que fique ainda mais séria.
Não devemos baixar a guarda. Continue a armazenar água, de todas as formas possíveis. Mantenha-se extremamente atento e acompanhe os sites de monitoramento dos reservatórios. Não confie, nem na mídia e nem no poder público...

segunda-feira, 23 de março de 2015

Tempestade Solar Anômala

O Sol já passou pelo período de máxima atividade, que se repete a cada 11 anos. Nos últimos 12 meses, foram raras as grandes explosões que poderiam trazer problemas.
Porém, na semana passada, tivemos a maior tempestade geomagnética dos últimos anos. Auroras foram vistas até na Austrália, fato que não acontecia desde 2003. O que mais intriga os cientistas é que, ao contrário de eventos anteriores, as explosões registradas na semana passada e que ocasionaram esta surpreendente tempestade foram da classe C (explosões solares são classificadas, de acordo com sua magnitude em B, C, M, X e Mega). Um outro tipo de fenômeno solar, que é um rompimento de filamento também foi registrado. Os rompimentos de filamento tem uma capacidade muito menor de causar efeitos na Terra e, mesmo ocorrendo ao mesmo tempo que a mencionada explosão classe C, não causaria maiores problemas.
Então, porque esta tempestade foi tão intensa, a ponto de alguns países do Hemisfério Norte alertarem as companhias de geração e distribuição de energia elétrica, além de operadores de satélites em órbita da Terra sobre possíveis problemas?
Existem duas possibilidades. A primeira, é que ainda não se compreende totalmente como funciona o mecanismo de interação eletromagnética entre a Terra e o Sol. Não se sabe direito nem o motivo pelo qual ocorrem explosões solares. A segunda, e mais assustadora, é que o campo eletromagnético da Terra está enfraquecendo a uma taxa maior do que se supõe. Tal enfraquecimento já foi detectado em algumas áreas. Porém, segundo as análises, isto não seria um motivo para preocupações num futuro próximo. Existe o fato de que o campo eletromagnético da Terra passa por inversões periódicas a cada 250 mil anos. Mas a próxima inversão já está atrasada em 750 mil anos, e talvez já esteja na iminência de acontecer. Durante o processo de inversão, que pode durar algo entre dezenas e centenas de anos, há um enfraquecimento geral do campo.
A verdade é que tudo não passa de conjecturas. Devemos, enquanto sobrevivencialistas, ficar de olho e todo e qualquer fato que possa provocar situações de crise. E a interação entre Sol e Terra caracterizada pelos campos eletromagnéticos e explosões solares deve ser monitorada sempre.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Sobre Dólar e Crise Econômica

A conta não é essa:

US$ 1 = R$ 3,12.

É essa:

R$1 = US$ 0,32.

Há um ano, 1 real valia um pouco menos de US$ 0,48.
Em um ano, o real perdeu cerca de 33% de seu valor.
O problema é que boa parte dessa desvalorização ocorreu nas últimas semanas. Lendo as análises econômicas feitas no começo de 2015, os piores cenários previam o dólar a R$ 2,90. Se tomarmos a cotação do dólar como parâmetro para medir o desempenho da economia, estamos muito mais ferrados do que os pessimistas achavam que ficaríamos. E se isso também for verdade para outros parâmetros, como PIB e inflação?
Independente das questões políticas, temos que nos preparar para o que pode ser a maior crise pela qual este país já passou. Existe uma frase que relata bem a situação na qual nos encontramos:

Twice the pride, double the fall. (Quanto maior o orgulho, maior a queda).

Estávamos imensamente orgulhosos, com nosso crescimento sólido, com grandes obras e eventos, com a Petrobrás de vento em popa, com pré-sal, com diversas empresas se instalando aqui. A corrupção e a má administração, embora sempre presentes, com escândalos como o Mensalão, parecia não ser algo tão grave, a ponto de ter algum efeito na pujança.
Porém, com o enfraquecimento do crescimento econômico, as obras faraônicas superfaturadas e muitas vezes inúteis (como boa parte dos estádios da Copa), ou extremamente atrasadas, como a Transposição das Águas do Rio São Francisco, com a corrupção institucionalizada, cujo exemplo maior (mas não único) é a Petrobrás, os gastos governamentais elevados e sem controle, entre outros problemas, faz com que, agora, o país, entre numa trajetória descendente, e aparentemente, sem controle.
Problemas que deveriam ter sido resolvidos quando havia dinheiro de sobra para isso, como as questões hídrica e energética, foram sendo empurradas com a barriga e agora, justamente na hora em que, para tentar recuperar a economia exige-se corte de gastos, esses investimentos são mais necessários do que nunca. Sem um fornecimento adequado de energia e água, novas empresas e investimentos não são feitos. E sem investimentos e empresas, a economia não se recupera. E, ao não se recuperar, os necessários investimentos em infra-estrutura não podem ser feitos.
Imagine como ficará a população se o desemprego aumentar muito, se os auxílios governamentais forem extintos, se o real continuar a se desvalorizar e a inflação a subir. Voltaremos aos anos 80, só que com uma população muito maior e com falta de energia e água. Cenário de caos, certamente.
E se tomarmos como base a cotação do dólar, 2015 pode entrar para a história como o início da pior crise enfrentada pelo Brasil em sua história...

domingo, 1 de março de 2015

Sobre Chuvas e Mídia

Um fato que me causa preocupação é como a mídia trata a questão climática no país. Vejam este mapa abaixo:


Este é o mapa de precipitação acumulada até 20 de Fevereiro, levando-se em conta apenas o ano de 2015. As áreas azuis mostram as regiões onde choveu acima da média histórica. E as áreas laranjas, onde choveu abaixo da média. Quanto mais forte a cor azul ou laranja, mais ou menos chuvas tivemos em relação à média histórica.
O grande foco de preocupação da mídia é a situação dos reservatórios de água das maiores e mais importantes cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro. Lá, choveu acima da média, a ponto de haver uma certa recuperação dos reservatórios. Na Região Norte, se fala muito sobre as cheias dos rios (que sobem por causa das chuvas nas regiões andinas, suas nascentes, mas que não significa necessariamente chuva sobre a Amazônia). Mas, o que a mídia NÃO destaca é que as regiões com quantidade de chuvas ABAIXO da média é muito grande. Áreas, aliás, nas quais estão dois dos maiores reservatórios de hidrelétricas do país. Furnas, com pouco mais de 12%, e Sobradinho, com pouco mais de 17% de sua capacidade de armazenamento, continuam com níveis perigosamente baixos. O governo já avisou que, se os níveis chegarem a 10%, provavelmente um racionamento de energia terá que ser adotado.
A mídia não parece estar se importando com o fato de que a quantidade de chuvas em boa parte do país está abaixo da média. Não parece se importar com as sérias consequências disso. O que vimos até agora em termos de crise hídrica pode não ser nada em relação à este mesmo período no próximo ano.
Aqui no Nordeste do país, é normal termos períodos de seca. Mas, pelo menos na região onde vivo, jamais vi algo semelhante à seca atual. Reservas de água consideradas perenes estão secas. No local onde faço as minhas preparações, a fonte de água, que mesmo nos anos mais secos, aguentou bem, desta vez não suportou e está praticamente seca. Perdemos muitas das árvores frutíferas, mesmo com irrigação. Não teremos, neste ano, produção de feijão-verde, maracujás, laranjas-baía...
E, conversando com outros companheiros, de outras áreas Brasil afora, boa parte me fala que jamais viram uma época com tão pouca chuva...
Acredito que o poder público tinha que aumentar, e muito, as campanhas de economia de água, desenvolver projetos de armazenamento e reciclagem, entre outras providências. Sem que boa parte da população se dê conta, estamos em uma situação cada vez mais preocupante. E isso tudo, num país que tem a maior reserva de água doce do mundo...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Derretimento

Sabemos que muitas das áreas permanentemente congeladas durante os últimos milênios estão começando a esquentar, devido ao aquecimento global. A consequência mais visível é o aumento do nível dos oceanos. Isso pode ser observado em cidades como João Pessoa, na Paraíba, em que muitas praias estão sendo erodidas de tal maneira que muitas casas, e até mesmo um dos cartões postais mais famosos da cidade (e também do país), que é o Farol de Tambaú, estão ameaçados.
Porém, este não é o lado mais perigoso de tal acontecimento.
Outras consequências potencialmente nefastas podem nos atingir.
Nas regiões que agora estão derretendo, como grandes áreas em locais como a Sibéria, o solo ficou congelado por milênios. Tal solo, conhecido como permafrost, mantem presas enormes quantidades de gás metano, que tem o poder de reter calor muito maior que o dióxido de carbono, que é um dos grandes responsáveis pelo aquecimento global. Se esse metano for liberado, a velocidade do processo de aquecimento aumentará exponencialmente, pois, mais metano, mais aquecimento, que por sua vez liberará ainda mais metano.
Outro perigo é o de que microrganismos congelados por eras, de repente voltem a vida, como consequências imprevisíveis. Alguns deles podem ser patogênicos para humanos, animais como vacas ou galinhas, ou até mesmo plantas, como trigo ou milho. Cientistas recolheram amostras de microrganismos e plantas do solo profundo congelado e algumas delas voltaram a vida após centenas ou mesmo milhares de anos de hibernação. Os sistemas imunológicos atuais estão totalmente despreparados para enfrentar possíveis ameaças desse tipo. Mas também é possível que seja difícil para esses organismos se adaptarem aos seres atuais. Porém, microrganismos são extremamente adaptáveis e rapidamente podem aprender a sobreviver nas atuais condições...
A cada ano que passa, as ameaças à civilização (e talvez até a espécie humana) só fazem aumentar. Nós, sobrevivencialistas, não podemos jamais baixar a guarda. Temos que continuar alertas, aperfeiçoando nossas preparações. E lembrar que eventos como a atual greve dos caminhoneiros, que tem causado em algumas cidades falta de combustíveis e outros produtos, são pequenas pitadas do que poderá nos atingir de uma forma global...

sábado, 21 de fevereiro de 2015

O Cair da Noite

Li recentemente um livro do escritor de ficção científica Isaac Asimov, chamado O Cair da Noite (o livro foi originado do conto de mesmo nome e do mesmo autor). A estória se passa num planeta hipotético, chamado Kalgash, que é parecido com a Terra em tudo, exceto pelo fato de seus habitantes não conhecerem a noite, pois o planeta é iluminado por seis sóis. Porém, cientistas, estudando a órbita de Kalgash, descobrem perturbações que fazem com que a trajetória real não coincida com a dos modelos teóricos. Mais tarde eles chegam à conclusão de que o planeta tem um satélite natural, invisível por causa da eterna claridade do céu. Paralelamente a isso, existe um grupo religioso, chamado Apóstolos do Fogo, que insiste que, a cada 2049 anos, o planeta enfrenta um dia de Escuridão. O céu ficará repleto de objetos chamados Estrelas, e o fogo celeste destruirá as cidades do planeta. Ao mesmo tempo em que os astrônomos investigam a órbita do planeta, arqueólogos descobrem uma colina, na qual parece haver restos de cidades, umas sobre as outras, separadas pelo que se parece com cinzas.
No decorrer da estória, os astrônomos chegam a conclusão de que num dos raros dias em que, enquanto á 5 sóis num lado do planeta, e o outro é iluminado pelo sol restante, o satélite natural irá se aproximar de tal maneira do planeta que irá causar um eclipse deste sol, por tempo suficiente para que todos os locais de Kalgash fiquem totalmente às escuras. E a data que tal fenômeno acontecerá coincide com a data que os Apóstolos do Fogo dizem que o mundo irá acabar. Quando a mídia descobre que a ciência e a religião compartilham da mesma opinião, pelo menos no que se refere à data de uma possível calamidade, ela ridiculariza fortemente todos os cientistas envolvidos nas descobertas. Quando o dia fatídico chega, o caos toma conta do planeta. As pessoas ficam perturbadas pela escuridão, pela visão de milhares de estrelas, e tocam fogo em tudo o que encontram pela frente, na tentativa de trazer a luz de volta. E, mesmo com o fim do eclipse, muitas pessoas continuam transtornadas. É o fim da civilização...

Capa do livro


Podemos traçar alguns paralelos entre Kalgash e a Terra. O livro descreve com uma maestria impressionante a reação de diversos tipos de personagens antes, durante e após a crise. O ceticismo da maioria das pessoas em relação à uma tragédia anunciada. A reação desesperada da maioria ao ver que o mundo ao qual elas estão acostumadas está desmoronando. O isolamento dos poucos que se prepararam e que se esconderam em abrigos (seriam os sobrevivencialistas). A percepção dos sobreviventes de que o mundo mudou e que novas maneiras de agir, antes consideradas brutais e desumanas, serão necessárias para a sobrevivência. A fome e o desespero. O surgimento de grupos que irão querer preencher o vácuo de poder após a queda dos governos. A influência da religião no modo como as pessoas reagiram antes, depois, e principalmente durante a crise. A necessidade de se armar e de fazer o uso de armas, nem que seja para espantar potenciais inimigos. O desconhecimento e/ou descrença em relação à fenômenos espaciais.

É uma obra de ficção científica que descreve uma situação que jamais, jamais enfrentaremos na Terra. Mas eu acredito que todo sobrevivencialista poderia ler este livro, principalmente porque é uma descrição bastante interessante sobre o que as pessoas fariam em caso de uma SHTF. É um "tratado de psicologia sobrevivencialista".


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Centésimo Post!

Comecei a escrever e publicar na internet textos com a temática sobrevivencialista em meados de 2013. E agora, em Fevereiro de 2015 chego ao meu centésimo post neste humilde blog. Nos 99 posts anteriores, escrevi o que eu pensava sobre alguns dos aspectos mais importantes do sobrevivencialismo voltado à preparação, alguns contos sobre situações hipotéticas (mas bem verossímeis) nas quais a sobrevivência das pessoas e da civilização poderia estar ameaçada por eventos cataclísmicos, e também sobre determinadas ferramentas necessárias (ao meu ver) para a sobrevivência em cenários de crise. De tempestades solares à armas, de pandemias à falta de água, de colapso econômico à possíveis conflitos, procurei escrever sobre tudo o que poderia (poderá) nos afetar de alguma maneira de um jeito que ficasse claro, e que aticasse a curiosidade de quem lê os textos a aprofundar-se mais sobre este ou aquele assunto.
O que mais me impressionou desde que comecei a intensificar os estudos sobrevivencialistas é a quantidade de situações que são potenciais geradoras de crises graves que atravessamos durante apenas 14 meses. Da possibilidade de ampliação do conflito ucraniano (com a vontade dos americanos de armar as forças armadas da Ucrânia, para fazer frente ao poderoso arsenal russo) ao Ebola, da instabilidade climática mundial (aqui no Brasil, este fator, aliado à falta de planejamento dos governos está causando uma grave crise hídrica e energética) às incertezas com as economias da China, Grécia, Espanha e Itália, da invasão hacker aos computadores da Sony Pictures (mostrando que os sistemas cruciais de computadores dos países desenvolvidos sofrem constantes ataques) à ascenção do Estado Islâmico, da possibilidade de uma nova epidemia de peste bubônica à enfraquecimento cada vez mais acelerado do campo eletromagnético da Terra, estes fatos mostram que a nossa civilização anda numa verdadeira corda bamba. A todo momento o equilíbrio está ameaçado. E, a cada passo dado, o equilíbrio se torna ainda mais difícil. A queda é uma questão de tempo, se formos pensar com lógica.
O passado nos dá pistas claras do que acontece quando uma sociedade se torna complexa demais. Elas, cedo ou tarde, irão atingir o seu ponto de ruptura. Assim foi com os sumérios, egípcios, romanos, otomanos. E assim será conosco. O pior é que, quanto mais complexa a civilização, maior a queda. A civilização tecnológica do século XXI é, de longe, a mais complexa da história da humanidade. É a que depende de elementos que não fariam nenhuma falta às civilizações precedentes. Eletricidade e internet nem eram conhecidas pelas outras civilizações. Hoje, é impossível para nós viver sem elas. Consequentemente fenômenos que não causariam nenhum mal aos povos antigos, tais como tempestades magnéticas, hackers, panes elétricas e PEMs, hoje podem deixar-nos de joelhos.
Por tudo isso, nós, sobrevivencialistas, devemos nos preparar para viver sem o auxílio (ou seria bengala?) da tecnologia. Devemos, a medida do possível, nos preparar para viver desconectados do sistema, tanto em relação aos produtos que usamos, quanto às informações que recebemos. Devemos nos preparar inclusive para viver sem o meio pelo qual os sobrevivencialistas (me incluo nessa) propagam suas ideias, que é a internet. Sei que este assunto já foi abordado inúmeras vezes, não só por mim, mas por todos os sobrevivencialistas, brasileiros e estrangeiros. Mas, sempre que possível, é útil e necessário ressaltarmos este ponto.
Um outro fator interessante no sobrevivencialismo é que, quando se adere à essa filosofia de vida, a gente começa a vivê-lo diariamente Seja economizando água (construindo mecanismos simples para coletar água das chuvas ou simplesmente fechando a água do chuveiro enquanto se ensaboa), energia (trocando as lâmpadas por outras que consomem menos ou instalando mecanismos autônomos de geração de energia, como os de energia solar ou eólica), alimentos (seja com reeducação alimentar ou deixando de consumir produtos que usam muitos recursos para serem produzidos) ou combustíveis (deixando o carro na garagem na medida do possível ou procurando por modelos que consomem menos combustível).
Muito embora nenhum sobrevivencialista seja imune à uma SHTF, podemos aumentar nossas chances de sobrevivência se estivermos longe das grandes cidades. É claro que, para boa parte, esta é uma impossibilidade. Mas, com planejamento, se pode mudar. Mesmo sem pensar em crise, morar em uma cidade menor, ou até mesmo no campo, aumenta consideravelmente a qualidade de vida. E se realmente for impossível para o preparador ter uma vida longe das metrópoles, estes devem ter planos de contingência para situações de crise, que devem incluir ao menos uma BOB e uma possível BOL. Nesses casos, antecipar-se a crise fará uma grande diferença. E esta antecipação se dá através de informações consistentes, E é aí que encontramos outro problema.
A quantidade de besteiras (como por exemplo, a suposta publicação da NASA que afirma com veemência que a Terra passará por dois dias de escuridão total) e de erros (é comum a confusão entre inversão dos polos magnéticos e inversão dos polos geográficos; a primeira já pode está acontecendo e a segunda é totalmente impossível) tornam uma tarefa difícil ter informações confiáveis sobre o que realmente está acontecendo e também sobre os perigos que nos cercam. E, aliado a isso, ainda há a falta de transparência dos governos e instituições na divulgação de informações (a crise da água em São Paulo mostra exemplos claros disso). Devemos, portanto, realmente fazer um estudo aprofundado para termos a certeza de que, quando a crise chegar, a possamos perceber o mais rápido possível e tomar as medidas necessárias para a sobrevivência.

Bom, espero continuar a escrever por muito e muito tempo sobre sobrevivencialismo e os temas relacionados. Embora eu acredite que uma crise séria é questão de tempo, não quero que nada muito grave aconteça. Como já foi dito por muitos, espero o melhor, mas me preparo para o pior.  

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O Mundo de 2020

Outro dia revi um filme que marcou muito a minha infância. Ele se chama No Mundo de 2020. Feito em 1973 e estrelado por Charlton Heston, mostrava uma Nova Iorque (e, por extensão, a Terra) devastada por ondas de calor, superpopulação, sede e fome, A única forma de alimento para a maioria da população era uma espécie de biscoito chamada Soylent Green (que também é o título original do filme, em inglês). Afinal, poucos poderiam comprar um pote de geleia por 150 dólares...

Guardadas as devidas proporções, como estará o nosso mundo em 2020?  O que vemos agora em 2015 nos faz ver com preocupação o futuro próximo. Vou me restringir apenas à questão ambiental, que é o foco do filme.

No filme, a previsão era que Nova Iorque estivesse com uma população de cerca de 40 milhões de habitantes. Mas na realidade, a população nesta cidade deverá, em 2020, girar em torno de 9 milhões. Porém, em muitas cidades pelo mundo, a superpopulação já é um sério problema. Cidades como Xangai, Karachi, no Paquistão, e Lagos, na Nigéria chegarão aos 20 milhões de habitantes entre 2020 e 2030. A distribuição de comida e água, a poluição do ar, das águas e do solo são problemas sérios. E a tendência é que o quadro se agrave à medida em que estas e outras cidades incham.

A Nova Iorque do filme sofre com ondas de calor terrível. A da vida real também. Em vários verões, particularmente os do começo do Século XXI, pessoas chegam a morrer de calor em apartamentos e casas sem refrigeração, especialmente os mais idosos. Porém, o clima ainda é ameno em boa parte do ano. E os invernos também tem sido muito intensos, com recordes de precipitação de neve.

O que dá a entender no filme é que as florestas e até mesmo a vegetação nas cidades foi de tal modo destruída que restam uns poucos santuário de vida vegetal e animal. Embora a situação esteja séria hoje, e certamente continuará séria em 2020, ainda existe muita cobertura vegetal e vida animal no planeta. Porém, o homem já destruiu imensas áreas de floresta e é responsável pela extinção de milhares de espécies. Se isso não for controlado, em poucas décadas ficaremos realmente em apuros.

O filme indica que a falta de alimentos, mesmo para os que tem grande poder aquisitivo é uma dura realidade em 2020. Os poucos alimentos frescos são de péssima qualidade e custam muito, muito caro. As pessoas são obrigadas a se alimentar com uma espécie de biscoito feito de algas marinhas. No mundo real, isto é um fato, especialmente no continente africano, em algumas áreas das Américas, especialmente a Central e a do Sul, e também em boa parte da Ásia. Porém, se o alimento produzido no mundo fosse distribuído de forma justa e as perdas nos processos de produção e transporte fossem diminuídas, todos os habitantes do planeta teriam o que comer. Mas, se a degradação ambiental prosseguir com a velocidade atual, isso vai deixar de ser uma realidade. Neste momento, no Brasil, já há preocupações em relação ao fornecimento de alimentos por causa da seca que assola boa parte do país. A produção está diminuindo e os preços aumentando.
Ainda não estamos numa situação tao grave quanto a do filme, mas, a menos que alguma coisa seja feita, em poucas décadas poderemos ficar numa situação realmente séria.

Nós, sobrevivencialistas, temos que nos preocupar com essas questões. É possível que, mesmo que uma SHTF não aconteça de uma forma mais dramática, é possível que em algum momento sejamos obrigados a consumir o que pacientemente temos estocado. Questões ambientais e econômicas me levam a fazer essa sombria previsão. Embora o mundo não esteja numa situação tão terrível como a descrita no filme No Mundo de 2020 em 2020, podemos testemunhar durante nossas vidas uma degradação realmente séria, que fará com que tenhamos saudades dos dias "de fartura" de hoje.

PS - Spoiler do filme - Os citados biscoitinhos são na verdade feitos de cadáveres, reciclados para alimentar os vivos...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Estado de Atenção

Sempre discutimos hipóteses sobre como seria uma SHTF. Sempre esperamos algo repentino, como uma queda da internet, uma pandemia ou outro fenômeno, digamos, espetacular. Mas a realidade é que a crise já está nos atingindo, e de uma maneira que poucos julgariam plausível anos atrás. As maiores cidades brasileiras, com exceção das que se situam no Sul e na região Norte, estão a um passo de ficar sem água, num país que tem uma das maiores reservas de água doce do mundo.

O que tenho acompanhado mostra que a situação é muito mais séria do que se imagina. Em diversas cidades menores pelo país, pessoas tem protestado contra a falta de água. Por exemplo, em Itu, no interior de São Paulo, e em Areia, no Brejo paraibano, os protestos causaram desde bloqueio de estradas até incêndio de transportes públicos. Isso é só o começo. Em algum momento, nas cidades maiores medidas extremamente impopulares terão que ser adotadas. Imagine qual será a reação da população de uma cidade como São Paulo ao saber que só terá água (barrenta) nas torneiras somente por dois dias durante a semana? Os governos hesitam em agir de maneira dura agora, ainda esperando pelas chuvas torrenciais que (temporariamente) amenizariam os problemas. Eu me pergunto se existe algum grau de sanidade na cabeça de alguns políticos, que veem os reservatórios de suas cidades entrarem em suas reservas técnicas e declaram que não haverá problemas com o abastecimento de água. Mas não há como escapar. Medidas muito duras são uma questão de tempo.
Um outro ponto é que, à medida em que um reservatório vai secando, a concentração de poluentes em suas águas vai aumentando. É impossível utilizar 100% da água de um reservatório, pois quando a quantidade de água está muito baixa, esta ficará impossível de ser tratada. Então, na prática, reservatórios como o Cantareira, que atualmente só tem 5% de sua capacidade de armazenamento pode ter muito menos que isso de água que pode ser utilizada. O seu esgotamento pode estar muito mais próximo do que dizem.
Existem algumas propostas para solucionar o problema da água em algumas cidades. Mas, estas são inviáveis, porque preveem o uso de fontes de água que já estão no limite, ou estão severamente poluídas, ou demorariam anos para serem implementadas.

A menos que caia um dilúvio de proporções bíblicas sobre os reservatórios de água Brasil afora, a chance de um colapso é muito, muito grande. Eis algumas das consequências:

Impacto econômico brutal: As indústrias que fazem uso intensivo da água terão que diminuir ou parar a sua produção. Demissões em massa irão acontecer. E, como uma cascata, os efeitos da queda da atividade industrial se refletiria no setor de serviços. Além disso, serviços que dependem de água, como restaurantes e lavanderias terão que parar. Ou seja, mais demissões. Num cenário econômico de baixo crescimento, de preços elevados, alta de inflação e de juros, sem água, a recessão é questão de tempo.
Crise severa na segurança pública: Sem emprego e sem água, a população irá para as ruas protestar. Saques, assaltos, roubos, vandalismo e assassinatos tem grandes chances de terem seu número aumentado.
Êxodo: Alguns cenários preveem que, sem água, muitas pessoas abandonariam as cidades maiores, em busca de melhores condições em regiões onde houvesse fornecimento de água.

Os sobrevivencialistas que vivem em grandes cidades afetadas pela crise hídrica devem entrar em "estado de atenção". Armazenem o máximo de água que puderem. Não é exagero dizer que a situação pode se deteriorar logo. E os que tem a sorte de viver em cidades menores ou numa região pouco povoada também devem ficar alertas. Manter estoques de água preparados é fundamental. Não gostaria de dizer isso, mas vamos passar por um período de grandes provações...

E olhe que nem entrei na questão do fornecimento de energia...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Eletricidade

Toda a nossa sociedade tecnológica nos dias de hoje está apoiada basicamente em...

Eletricidade!

Sem energia elétrica, tudo para. Praticamente tudo depende dela para funcionar, ainda que de modo indireto. Por exemplo, um carro é movido à combustível líquido. Mas, sem eletricidade, como bombear 50 litros de gasolina de um reservatório subterrâneo para o tanque?
Imagine como ficaria a sua vida sem internet, transações financeiras, semáforos, computadores, água nas torneiras, iluminação. Tudo isso depende da geração de energia elétrica.

Como temos acompanhado nos noticiários, por causa de diversos fatores, tais como a menor geração de energia por causa do baixo nível dos reservatórios hidrelétricos, aumento de consumo por causa do calor excessivo, o sistema elétrico brasileiro tem trabalhado muito próximo ao seu limite. O recente apagão em 11 estados brasileiros foi uma consequência disso. Segundo analistas, estivemos muito próximos de uma situação que deixaria o país sem energia por várias horas. As consequências poderiam ser desastrosas.
E para completar o quadro, ainda há o risco de que fatores externos, geralmente não levados em conta, interferirem no já delicado equilíbrio da rede elétrica brasileira. Sabe-se que o campo eletromagnético da terra está se comportando de maneira anômala. Sobre algumas regiões do planeta, como a América do Sul, o campo perde força. Em outras, como o Sudeste da Ásia, ele está ficando mais forte. O Sol também tem se comportado de maneira anômala, pois o atual máximo solar, embora mais fraco que os anteriores, está durando muito mais. Após semanas de uma relativa calma, diversas manchas solares apareceram e tem chance de gerar explosões que podem causar distúrbios eletromagnéticos na Terra. Qualquer perturbação vinda do espaço, por menor que seja, pode derrubar um sistema elétrico que opera no limite.

É bem possível que o governo consiga contornar a situação este ano. Afinal, já passamos por apertos no fornecimento de energia elétrica, como em 2001. Porém, temos que entender que as perspectivas para o futuro próximo não são animadoras. As chuvas estão abaixo da média sobre os reservatórios das usinas hidrelétricas e a previsão para os próximos meses é de que continue assim. Se permanecer assim, no fim do ano, e no começo de 2016 poderemos ter problemas que farão os atuais parecer brincadeira de criança.
Não existem soluções a curto prazo para o problema da água nas hidrelétricas. Ou chove a cântaros, ou passaremos aperto. Talvez seja a hora do governo investir em energia eólica. Em comparação com outras fontes, o investimento não é tão alto, as obras podem ser executadas mais rapidamente, e um parque eólico já pode começar a gerar energia mesmo que não esteja completo.

Seja com for, nós, sobrevivencialistas, devemos ficar atentos à situação energética e nos manter preparados. O tipo de crise pela qual passaremos será sobretudo econômica. Sem um fornecimento de energia confiável, fará com que não só os investidores se afastem do país, como outros negócios fecharão as portas. Mas também temos que pensar em como blecautes, ainda que de poucas horas, nos afetarão. Dependendo do local onde vivemos, poderemos passar por apuros. Numa grande cidade, sistemas de transporte, de controle de tráfego e iluminação pública entrarão em pane. Isso certamente facilitará a ação de malfeitores, ao mesmo tempo em que dificultará a ação das polícias. Ficar preso no trânsito, no metrô ou em um elevador são possibilidades reais.
E necessário, portanto, elaborar planos para saber que atitudes tomar nessas situações. Ressalto sempre que todo sobrevivencialista deve ter em mente, como filosofia de vida, ficar longe das maiores cidades. Mas se isto não for possível, ele deve estar preparado para agir em situações nas quais a cidade para.

Sorte para todos nós!