quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Não Espere Por Ajuda

Isso é mais um desabafo, diante da impotência de o cidadão comum tem em mudar qualquer coisa.

A melhor maneira de lidar com emergências é realizar ações preventivas, para que certos desastres nem tenham a chance de acontecer. É claro que, por melhor que seja um sistema preventivo, existem fatores que estão além do controle. Mas, mesmo assim, as chances de que problemas aconteçam são muito menores com prevenção.
Mas, o que vemos na administração das cidades desse país é que as palavras prevenção e planejamento só existem no dicionário. E quando medidas preventivas são tomadas (geralmente com muita propaganda, paga pelos contribuintes), são simplesmente ridículas. Um exemplo:

Todos os anos, durante as chuvas, em muitas cidades brasileiras acontecem desabamentos de encostas e morros, onde a população mais pobre constrói suas moradias, causando dezenas de mortes e prejuízos de toda espécie. Para prevenir este tipo de situação, bastaria haver fiscalização eficaz para que estas áreas não fossem ocupadas. Bastaria que houvesse planejamento (e claro, muita vontade política), para a construção de moradias para pessoas carentes em áreas mais adequadas e uma gradual desocupação das áreas de risco. Mas, a brilhante medida preventiva é instalar sirenes, que avisam a população em caso de perigo. E, em se tratando de serviço público dessa natureza, resta saber se esse monitoramento do perigo de desabamento é minimamente eficiente.

O que quero dizer com tudo isso é que, se não há interesse em prevenir situações perigosas, como será que as administrações das cidades lidarão com emergências?

Um exemplo de como se deve lidar com emergências foi a recente passagem do furacão Matthew pelos EUA. Dias antes, as cidades que poderiam ser atingidas já tinham evacuado milhares de pessoas para abrigos, com toda a estrutura necessária para recebê-las enquanto durasse o problema. Mesmo assim, 25 pessoas perderam a vida. Mas, o mesmo não se pode dizer do Haiti. Cerca de 1000 pessoas perderam a vida. Lá, até por causa da extrema pobreza de uma nação que ainda não se recuperou do terremoto de 2010, não há praticamente nenhuma ajuda governamental. Esta ajuda vem de fora do país, através da ONU e de seus Capacetes Azuis, além de ONGs e outras entidades filantrópicas.
Aqui no Brasil, apesar de estarmos entre as maiores economias do mundo, em termos de prevenção de tragédias e gerenciamento de crises, estamos mais para Haiti que para EUA. E, quando se fala nas regiões Norte e Nordeste, aí é que complica mesmo.

Estou dizendo tudo isso porque nós, aqui em Campina Grande, Paraíba, estamos prestes a ficar totalmente sem água, especialmente com as previsões climáticas nada animadoras para os próximos meses. A questão não é SE vai acontecer. A questão é QUANDO. E o que fazem as três esferas de poder para, ao menos elaborar algum sistema emergencial que possa abastecer a cidade? NADA! O Governo Federal anterior, que apostava na Transposição do Rio São Francisco para nos abastecer, atrasou  (MUITO) a obra. O atual parece não estar se empenhando para resolver o problema. E mesmo que estivesse, não é algo que se resolve da noite para o dia. O Governo Estadual põe a culpa na falta de liberação de recursos federais. Já a Prefeitura diz que o abastecimento de água é função do Estado. Ou seja, estamos num jogo de empurra, em que nada se resolve.

O que digo aos meus amigos mais próximos, que não são adeptos da filosofia sobrevivencialista é que:

NÃO CONTEM COM A AJUDA GOVERNAMENTAL DE NENHUMA ESPÉCIE NO QUE DIZ RESPEITO À ÁGUA.
Digo para todos estocarem água. Quem puder, que instale caixas, cisternas, que perfure poços. Quem não puder, que compre baldes, reservatórios. E que, se a situação ficar realmente ruim, que se preparem para tomar medidas drásticas, como sair da cidade.

E pensar que tudo isso não estaria acontecendo se obras relativamente baratas, como uma operação de dragagem no manancial que abastece a cidade, poderia ter evitado que chegássemos à este ponto...

Não espere por ajuda. Nunca. Em emergências localizadas ou em um possível cenário de crise global... Este tipo de situação descrita acima deve nos estimular a procurar a autossuficiência, ou pelo menos, diminuir a nossa dependência em relação ao sistema... Só assim sobreviveremos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário