quinta-feira, 29 de junho de 2017

Reações Desumanas!

Imagine a seguinte situação:

Você está no seu carro, em uma estrada. De repente, perde o controle, capota e o carro rola uma ribanceira até parar, alguns metros abaixo. Depois do acidente, você está ferido, incapaz de sair dos destroços com suas próprias forças, mas está consciente. Então, várias pessoas se aproximam e você agradece porque logo vai ser regatado. Então, acontece algo que te surpreende:

As pessoas te ignoram e começam a roubar!. Levam seus pertences e partes ainda inteiras do que sobrou do seu carro. Chegam a te machucar ainda mais para levar seu celular e sua carteira. Você pede ajuda, e nada. Só com a chegada das equipes de socorro é que você finalmente é retirado do local do acidente.

Parece um pesadelo! Mas, infelizmente, este é um pesadelo real, e cada vez mais comum em estradas brasileiras. As pessoas estão perdendo a humanidade. O caso acima aconteceu com um amigo meu, há poucos dias, numa estrada no interior de Pernambuco, e o maior medo dele era que o carro começasse a pegar fogo, pois o cheiro de combustível era muito forte. Ele ficou preso, com fratura na coluna (ainda bem que não houveram sequelas motoras) e ninguém se dignou a, ao menos, ficar perto dele até que o socorro chegasse.

Saque a caminhão acidentado

Basta fazer uma pesquisa rápida na internet para encontrar diversos relatos semelhantes. Houve até um caso nas estradas paulistas em que carros-forte foram atacados, os motoristas mortos e as pessoas retirando as cédulas de dinheiro que sobraram, sem o menor remorso.
Este tipo de situação serve para demonstrar o seguinte:

Se as pessoas já fazem o que fazem em uma situação normal, o que elas serão capazes de fazer em um cenário de crise? O que elas serão capazes de fazer se a água acabar, se a comida sumir, se a energia cair?
As situações acima foram realizadas por pessoas que não estavam inseridas num cenário de crise. Porém, a ausência de quaisquer formas de controle as levaram a fazer isto. Elas só se afastaram do local (levando, claro, tudo o que conseguiram saquear) do acidente ao verem a chegada das viaturas da Polícia Rodoviária Federal.
Seja como for, é assustador perceber que, mesmo fora de um cenário de crise, já existem situações cujo senso comum acredita que só ocorreriam em eventos extremos. Mais do que nunca, devemos estar preparados realmente para tudo! Não confiar em ninguém, evitar os maiores centros urbanos, ser extremamente discreto, entre outras, são atitudes que vão aumentar nossa possibilidade de sobrevivência não só numa crise, mas agora, na vida "civilizada"...

terça-feira, 27 de junho de 2017

Sobre Ataques Cibernéticos

Nos últimos anos, a maioria dos serviços em boa parte dos países do mundo dependem da internet para funcionar adequadamente. De caixas eletrônicos a aeroportos, passando por sistemas de controle de trânsito, iluminação urbana, distribuição de energia, transporte, entre outros, todos dependem, em maior ou menor grau, de redes de computadores e internet.
O planeta ficou assustado quando em Maio passado, um ransomware, que é um software malicioso, que bloqueia dados de computadores e só os liberam mediante o pagamento de um "resgate", chamado WannaCry, infectou computadores nos mais diversos países. Na Inglaterra, por exemplo, o sistema de saúde pública ficou paralisado, pois era impossível gerenciar os atendimentos e até mesmo os deslocamentos das ambulâncias no país. Ao todo, o ataque atingiu mais de 70 países, inclusive o Brasil, e por aqui paralisou o INSS por algum tempo. O WannaCry usa uma brecha de segurança dos Windows mais antigos, como o XP, que ainda são largamente usados em diversos sistemas computacionais planeta afora, e, até hoje, não se sabe exatamente quem deflagrou o ataque. Os suspeitos vão de hackers russos ao governo da Coréia do Norte. Hoje, neste exato momento, a Ucrânia está sob um ataque cibernético. Por enquanto, não há informações exatas sobre a extensão deste ataque, mas em eventos anteriores, houveram apagões na rede elétrica e fechamento temporário de aeroportos.
O que é assustador é que estes ataques estão se tornando mais frequentes e mais abrangentes. O episódio envolvendo o WannaCry foi o mais extenso ataque cibernético da história, e, pelo jeito, não vai parar por aí. Primeiro porque esta é uma guerra, que, ao contrário da guerra convencional, a disparidade de forças é bem menor entre os combatentes. E, quanto mais desenvolvido e conectado for o país alvo, mais problemas este país terá com ataques cibernéticos.
Vamos imaginar a hipotética situação em que um país como o Irã ou Coréia do Norte resolva atacar maciçamente a infra-estrutura de um país como os EUA. Estes, numa guerra convencional, jamais poderiam fazer frente ao imenso poder da máquina militar americana, a mais poderosa e tecnologicamente avançada do planeta. Mas, no campo virtual, é diferente. Estes países poderiam contratar hackers e coordenar ataques cibernéticos de qualquer lugar do mundo e os EUA nem sequer teriam a certeza de quem os atacou. Mesmo que os EUA tivessem a certeza de que foi um desses países citados que os atacou, seria impossível dar "o troco digital". A internet, especialmente na Coréia do Norte, não é um serviço largamente utilizado, nem pelos seus habitantes e nem pelas suas empresas. E, para completar, episódios como o do WannaCry demonstram que as empresas que fornecem serviços críticos, tanto privadas quanto estatais, não tem se preocupado como deveriam em relação à segurança cibernética. Muitas ainda usam sistemas operacionais antiquados e desprotegidos em seus computadores, e não investem em ferramentas de proteção, e nem em profissionais da área de segurança digital. Falta também uma cultura voltada à segurança digital entre os próprios funcionários destas empresas. Muitos fazem, no trabalho, acesso a conteúdo de origem duvidosa e não são nada cuidadosos em administrar suas contas de e-mail, dentre outras atitudes inseguras.
Nós, enquanto usuários, podemos nos proteger da maioria absoluta dos ataques cibernéticos simplesmente usando sistemas operacionais atualizados, com ferramentas de segurança como antivírus e firewalls. Devemos também, ficar atentos ao que acessamos na internet, devendo evitar sites não confiáveis e links suspeitos recebidos por e-mail ou outros sistemas de comunicação (como o WhatsApp).E, acima de tudo, devemos fazer backups de nossos dados mais críticos, tanto de forma local (usando DVDs ou discos rígidos adicionais) quanto na nuvem.
Seria ideal reduzirmos tanto quanto possível a nossa dependência em relação à internet. Mas esta não é uma tarefa fácil. Então, ao menos, deveríamos ter alternativas em caso de falhas no funcionamento da rede. Eu mesmo imprimi e transformei em livro muitos dos conteúdos sobrevivencialistas mais cruciais. Sempre guardo algum dinheiro escondido, para a eventualidade de ser impossível usar os bancos.
Enfim, ataques cibernéticos que podem afetar a nossa infra-estrutura parecem estar se tornando uma possibilidade cada vez mais plausível. Antes, um apagão ou o fechamento de um aeroporto causado por hackers era algo que ficava restrito aos filmes de ação. Hoje, são uma possibilidade real, que pode trazer enormes prejuízos e gerar, potenciais situações de crise.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Preparação Física

A preparação física talvez seja um dos pontos mais negligenciados pelos preparadores e sobrevivencialistas em geral. E confesso que eu mesmo estava um pouco descuidado em relação à isso. Dava umas corridinhas e caminhadas durante a semana, mas de uma maneira um tanto descompromissada.
Então, passei por uma situação que me serviu de alerta. Saí para um passeio fotográfico em uma das trilhas da região onde moro. E, muito embora a trilha fosse leve, no dia seguinte estava com dores no corpo inteiro, mas principalmente nas pernas. E aí me veio à cabeça a pergunta:

Como eu estaria se por um acaso tivesse que me deslocar por alguns quilômetros, com o minha BOB nas costas?
Então, depois de alguns dias, fiz o teste. E o resultado foi DEPLORÁVEL! A mochila pesa cerca de 10kg, mas, depois de pouco tempo de caminhada, parecia pesar 100, e eu tinha que parar para descansar a cada 20 minutos. E olhe que o terreno era de ruas asfaltadas, com subidas e descidas leves.
Vi que subestimei totalmente a questão física. Eu me achava preparado fisicamente. Nada de mais ilusório! E perigoso!

Então, no final de Abril, procurei um cardiologista, fiz alguns exames, e como estava tudo dentro dos parâmetros aceitáveis, ele me sugeriu um programa de atividade física, que incluísse uma academia, pois lá eu teria acompanhamento profissional. E desde então, a rotina tem sido a seguinte:

Acordar, de segunda a sexta, às 5:30 da manhã, comer uma fruta ou uma barra de cereal., correr 30 minutos em ritmo moderado, seguidos de 40 minutos de exercícios de fortalecimento e resistência musculares com pesos. E, no fim da tarde ou começo da noite, mais 30 minutos de caminhada.
Estou fazendo isso a pouco mais de um mês, e no entanto os resultados são notáveis. Me sinto muito mais disposto e mais forte. Durmo muito melhor e me concentro muito mais facilmente no trabalho. Já perdi cerca de 1kg, e, ter de volta aquela barriga "tanquinho", que parecia ser um sonho impossível, para a ser plausível! :D
No último fim de semana, refiz o teste de carregar minha BOB pela mesma distância do anterior. Não parei nenhuma vez, muito embora o peso da mochila ainda incomode depois de meia hora de caminhada. Mas, sinto que estou em franca evolução.

A preparação física é muito importante, seja a pessoa sobrevivencialista ou não. E se torna ainda mais importante para quem já ultrapassou a barreira dos 40 anos de idade (meu caso). Agora, alguns alertas:

Não ache que com uma semana ou um mês de atividade física você vai se tornar um super-atleta. Mesmo agora, ainda estou muito, muito longe de ter uma preparação física ideal. Tal como se preparar para possíveis crises, este é um processo longo e árduo.  Exige bastante disciplina e persistência. E, quando fazemos um exercício ao qual não estamos acostumados, dói um bocado. O ácido lático liberado pelos músculos após um tempo sem serem muito exigidos causa dores, às vezes um tanto fortes. No começo, é importante pegar bem leve.
Um outro ponto importante é que cada pessoa tem um tempo de resposta às atividades físicas, bem como se dá melhor com um tipo de exercício que com outro. Eu nunca tive muitos problemas com exercícios aeróbicos, mas, em compensação, nunca me adaptei muito bem à exercícios com pesos. Descrevi como está sendo a minha preparação física a título de informação e não como um roteiro a ser seguido.
E, para finalizar: Não faça exercícios físicos por conta própria. Antes de começar, é importantíssimo fazer exames cardíacos, especialmente se o tempo de sedentarismo for muito longo, e procurar profissionais de educação física competentes.

Dito isso, vamos em frente! Continuemos a nos preparar!